sexta-feira, 1 de maio de 2009

A incoerente lei de 'Zorro'

DEPOIS de, na semana passada, o Vitória de Setúbal ter aberto as avenidas da goleada ao Benfica, deixando sabe-se lá onde o emprestado Zorro, eis que apareceu no Dragão para tentar, como lhe competia, arrancar um ponto que fosse.
Com Lucho e Hulk lesionados, o FC Porto tem menos capacidade de penetração pelo centro, o que levou a equipa, na primeira parte, a tentar abrir o jogo pelas alas. Mas, Jesualdo estava atento e, ao intervalo, alterou o seu xadrez. Com Lisandro e Farias mais próximos, a lembrarem Kostadinov e Domingos, logo se percebeu, a partir do 46º minuto, que seria uma questão de paciência para que o jogo se resolvesse.

Incapaz de suster o jogo atacante dos portistas, o treinador sadino fez aquilo que é tradicional no futebol português: retirou dois dos seus elementos mais avançados, Gama e Leandro, como aliás tem feito na maior parte dos jogos, e esticou o autocarro que já estava estacionado á frente da baliza do Porto. E, se tivesse conseguido os seus intentos, Cardoso estaria hoje a ser idolatrado pelos bem pensantes do nosso futebol.

Mas, como nem assim conseguiu travar a avalanche azul-e-branca, acusam-no agora de ter retirado dois jogadores emprestados pelo FC Porto por ter recebido, imagine-se, ordens nesse sentido. Não se percebe bem quem terá dado as ordens, e fica-me apenas a dúvida se a suspeita recai sobre os mesmos que, hipoteticamente, lhe terão dito para não utilizar Zorro no jogo contra os seus patrões benfiquistas.

Esta coisa de um clube da província ganhar tudo é uma coisa que incomoda muita gente. Principalmente os moralistas e os que têm saudades dos bons velhos tempos em que isso não era permitido. A insídia e a intriga, essas, também são coisas antigas que, em Portugal, sempre serviram para disfarçar a falta de nível e a incompetência.

Rui Moreira n' A Bola.

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