sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

A grande penalidade da vizinha

Os penáltis são mais ou menos como o dinheiro: Quem tem muitos, nunca os acha importantes, raramente fala deles e é capaz de jurar a pés juntos que não trazem a felicidade; em contrapartida, quem não os tem ou tem poucos, não consegue falar de outra coisa, garante que fazem toda a diferença e aposta que os outros não conseguiam viver sem eles. Houve quem se tivesse queixado dos penáltis marcados a favor do FC Porto, dando-lhes uma importância enorme e responsabilizando-os pela diferença que já é de onze pontos para o Benfica no campeonato, esquecendo deliberadamente os golos mal sofridos por Roberto no início do campeonato ou a falta que fizeram Di María e Ramires. Ora, nem de propósito, as mesmas pessoas fizeram questão de relativizar a importância dos três penáltis favoráveis ao Benfica na meia-final da Taça de Portugal com o Rio Ave. Lá está, como diria a minha avó, a grande penalidade da vizinha é muito mais gorda do que a minha.

Jorge Maia n' O Jogo.

Capas de 28 de Janeiro de 2011


Rui Moreira n' A Bola



Francisco José Viegas n' A Bola

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

André Villas-Boas - Quem mostra sinais de vingança comete erros

O FC Porto volta a defrontar a única equipa com quem perdeu esta temporada: o Nacional. O palco é o mesmo, mas a competição diferente e Villas-Boas espera que o resultado também seja outro. Entre elogios à competência do adversário, o treinador garantiu que não haverá qualquer sentimento de vingança por esse percalço, e sim apenas o firme desejo de somar mais três pontos para deixar o Benfica a 11 de distância, isto sabendo que há um dérbi lisboeta quando as contas da 20ª jornada ficarem acertadas. Se isso acontecer, o FC Porto conseguirá o sexto triunfo consecutivo, um feito que o técnico diz ser da obrigação do FC Porto, mas que nos outros - referindo-se ao Benfica... -, tem sempre grande relevo na Imprensa.


O Nacional é a única equipa que conseguiu vencer o FC Porto esta época, isso torna esta jogo ainda mais complicado?
Não. Penso que a motivação do Nacional advém do facto de esta jornada ser antecipada e de poder colar-se às equipas que têm 28 pontos, aproximando-se do Guimarães e do Sporting e confirmando a qualidade da equipa. O Nacional tem um ponto a mais do que tinha na época passada por esta altura. Portanto, é uma equipa extremamente competitiva, e que tem os resultados que se conhecem no Dragão [ndr: é a equipa que mais vezes ganhou no Dragão, como se vê no quadro em cima]. Cria-nos sempre grandes dificuldades. Este é um Janeiro muito competitivo em que o campeonato começa a definir-se. Temos de nos manter alerta e temos também de ser competentes para triunfar. Queremos passar mais uma jornada com, pelo menos, esta distância pontual e depois veremos o que acontecerá no Sporting-Benfica.

Algum sentimento de vingança pela derrota?
É preciso ter cuidado com essas palavras, porque quem mostra sinais de vingança por vezes comete erros. Para não os cometermos, teremos de ser criteriosos nos pensamentos. Não podemos ser alimentados apenas pela sede de vingança; é preciso saber que o jogo se resolve em 90 minutos e não com entradas galopantes. Apesar da derrota com o Nacional, o jogo foi conseguido, o FC Porto dominou completamente e teve 25 oportunidades, dez das quais de golo. Não colocámos em causa a nossa competência e recordo que temos zero derrotas em 17 jogos de campeonato e 29 triunfos esta época. Portanto, não são só os outros que conseguem determinado tipo de coisas. Por muito que queiram colocar em causa este Janeiro periclitante, levamos cinco vitória seguidas e caminhamos para a sexta. Se a conseguirmos, isso terá zero de importância; as seis vitórias seguidas de outros têm sempre grande importância, são de uma grande equipa, que está por cima e faz a diferença... Mas nós até queremos essa equipa [Benfica] por cima, dá-nos jeito. E foi essa equipa por cima que derrotámos na Supertaça...

O Benfica-Nacional do último fim-de-semana serviu para analisar o adversário?
Sim, foi um jogo observado. A opinião que tínhamos mantém-se, é uma equipa com forte organização, com muita qualidade individual e colectiva e esperamos dificuldades, obviamente.

Qual a importância estratégica de um triunfo neste jogo, havendo um clássico na 20ª jornada, entre Sporting e Benfica?
O FC Porto não tem feito outra coisa que não seja manter a rota normal e que passa por ganhar todos os jogos. Para nós, conseguir 'xis' vitórias consecutivas não tem valor porque essa é a nossa obrigação. Temos apenas de somar triunfos. Esta jornada foi antecipada porque o calendário com o Sevilha assim o dita e queremos continuar na rota do sucesso com o Nacional, com o Rio Ave, com o Braga e assim sucessivamente. É evidente que uma deslocação a Alvalade para o nosso rival será complicada; nós empatámos lá, mas poderíamos ter ganho. Num dérbi lisboeta tudo pode acontecer...

Falcao está lesionado e só deve voltar aos relvados em Fevereiro, mas como a lesão não é grave Villas-Boas diz que não será por aí que o FC Porto terá de aproveitar a janela de transferências de Inverno para fazer qualquer reajuste. Contudo, e numa altura em que se voltou a falar de Kléber do Marítimo, também não fechou em absoluto a possibilidade. "Estamos satisfeitos em termos de ataque e temos uma quantidade anormal de avançados. O Falcao está prestes a regressar e será mais uma opção. Muito dificilmente iremos recorrer ao mercado. Se o fizermos, será de rompante. Será pegar e fechar imediatamente, mas não penso que isso irá acontecer", insistiu. Da mesma forma que não conta perder mais nenhum jogador, depois dos empréstimos de Castro (Gijón) e Ukra (Braga). "Penso que não haverá mais saídas, temos um plantel de 21 jogadores mais três guarda-redes e começa a ser curto", admitiu, confirmando a disponibilidade de Falcao para a meia-final da Taça de Portugal. "Após este jogo poderá entrar na convocatória".

Admite fazer alterações na equipa, nomeadamente apostar em Walter?
Estamos muito satisfeitos com o seu rendimento, e é mais uma opção que temos. Obviamente que luta por mais minutos, mas enfrenta uma competição extrema para a posição, não só com Falcao, mas com os outros. Quero senti-lo motivado e hoje deu mais um sinal disso. Continua a ameaçar a convocatória e o onze, tal como outros.

Quer revelar o onze?
Não, até porque amanhã [hoje] é que será decisivo. Folgámos após a vitória e hoje [ontem] continuámos a recuperação, só quem não jogou é que treinou normalmente.

O calendário é apertado, vai ter que gerir...
Já estamos habituados e não vejo problemas. É evidente que isso limita em termos de treino, apenas de recuperação. Fevereiro será apertado, como está a ser Janeiro, mas a equipa tem de se manter competente e continuar a somar sucessos.

Enquanto o FC Porto disputa o jogo antecipado da 20ª jornada, com o Nacional, o rival da Luz disputará o acesso às meias-finais da Taça de Portugal com o Rio Ave. Para Villas-Boas é indiferente o nome do adversário que jogará no Dragão já a 2 de Fevereiro. "É-me igual. Pode dar clássico ou a repetição das meias-finais do ano passado, em que o Rio Ave terá uma palavra ainda mais forte a dizer por ter sido eliminado às portas do Jamor. São duas motivações diferentes", referiu. O técnico portista manifestou ainda a estranheza pelo facto de a segunda mão só se disputar a 19 de Abril, mais de dois meses depois. "Não quero criticar, porque não sei como foi aprovado o calendário, mas a distância é considerável e não é normal."



Carlos Gouveia n' O Jogo.

Capas de 25 de Janeiro de 2011


segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Capas de 24 de Janeiro de 2011

Tragédia em dois actos

1 O mais incrível não é que Jesus tenha agredido, ou tentado agredir, Luís Alberto nem que o jogador do Nacional tenha respondido na mesma moeda. O mais incrível é que a troca de agressões, ou de tentativas de agressão, não conste do relatório do árbitro - que deve ser o último a abandonar o terreno de jogo - e, mais ainda, que o Benfica, em comunicado, nos queira convencer a todos de que devemos confiar mais nas palavras do técnico encarnado e nas do jogador do Nacional do que nos nossos próprios olhos. Resta saber se vai conseguir convencer a Comissão Disciplinar da Liga.

2 Bruno Paixão é uma fatalidade do futebol português. É assim como uma catástrofe que pode acontecer a qualquer equipa e que desta vez atingiu o Rio Ave com a violência incontrolável de um terramoto, influenciando não só o resultado do jogo com o Guimarães, mas condicionando também o próximo, com o Benfica. Ora, há quem imagine que o árbitro de Setúbal tem segundas intenções quando apita, mas eu tenho dúvidas. Afinal, isso seria como imaginar que os terramotos têm um plano.

Jorge Maia n' O Jogo.

Liga Zon Sagres - resultados e classificação após a 17.ª jornada


domingo, 23 de janeiro de 2011

Formação - resultados de ontem

Sub-19: Campeonato Nacional de Juniores A
Rio Ave-FC Porto, 0-2
(Filipe, 44m; Bacar, 69m)

Sub-14: Campeonato Distrital de Juniores C (I Divisão)
Avintes-FC Porto, 0-4

Sub-14: Campeonato Distrital de Juniores C (II Divisão)
Dragon Force-Torrão, 10-0

Sub-13: Campeonato Distrital de Juniores C (I Divisão)
FC Porto-Coimbrões, 4-2

Sub-13: Campeonato Distrital de Juniores C (II Divisão)
FC Foz-FC Porto, 0-4
(Gabriel Lopes, 2; João Tavares; Michael Morais)

Sub-12: Campeonato Distrital de Juniores D (II Divisão, Série 2)
FC Porto-Boavista, 3-2

Hóquei em patins, Liga Europeia - Porto vence

O FC Porto Império Bonança recebeu e venceu os franceses do Coutras, por 11-4, em encontro da terceira jornada do grupo D da Liga Europeia. Com este resultado, os azuis e brancos chegam aos seis pontos e mantêm-se na luta pelo apuramento para a fase final. Emanuel Garcia, com um «hat-trick», foi o goleador de serviço.

Capas de 23 de Janeiro de 2011

sábado, 22 de janeiro de 2011

Liga Zon Sagres - Porto vence

Beira-Mar 0 - FCPorto 1.


Capas de 22 de Janeiro de 2011

André Villas-Boas - Nomeação de João Ferreira não me parece lógica

Foi em Aveiro que André Villas-Boas conquistou o primeiro troféu e, no regresso, volta a encontrar João Ferreira, o árbitro da Supertaça que, na altura, o treinador portista criticou. Arbitragem foi, de resto, tema nuclear da conferência de ontem.

Tendo em conta o jogo da Taça da Liga, que tipo de adversário espera?

Espero um jogo completamente diferente. O Beira-Mar jogou com apenas um jogador dos mais utilizados. Será uma alteração completa, em termos individuais e colectivos. Não sei que tipo de ambição têm em termos de classificação, mas o objectivo da manutenção está mais perto. Uma equipa que teve os resultados que teve com o Braga, Guimarães e Sporting, e que fez a exibição que fez com o Benfica, vai proporcionar-nos um desafio extremamente difícil. Queremos manter a vantagem para o segundo classificado num jogo em que o estímulo e o desafio serão completamente diferentes.

O que representa o regresso de Cristian Rodríguez à convocatória?

O Cristian mostrou-se muito competitivo desde que recuperou da lesão. Teve uma ligeira paragem, de dois ou três dias, porque estava a sentir algum desconforto. Regressou forte e decidi incluí-lo na lista de convocados tendo em conta aquilo que nos pode oferecer para este jogo.

E a exclusão do Rúben Micael pode ser entendida como um passo atrás?

Não. Fazendo um pouco a antecipação sobre as vossas reacções às convocatórias, reparem que o Walter ficou de fora do jogo com a Naval, regressou forte com o Beira-Mar e agora mantém-se na convocatória. As decisões são tomadas com uma lógica estratégica e, nesse sentido, tocou ao Rúben ficar de fora. É dos jogadores mais utilizados, é preponderante e fez uma grande época no ano passado. Depois encontrou um ambiente extremamente competitivo nas posições que disputa. Está fora deste jogo, mas conto com ele e seguramente vai regressar, porque é um jogador extremamente forte. Vai integrar as próximas convocatórias.

Falcao continua ausente. Faz muita falta?

Tivemos um jogo muito conseguido com o Marítimo e o Falcao não esteve presente. Continuámos com uma grande dinâmica atacante. Falcao é um jogador muito importante para nós, mas acreditamos que as soluções que temos nos dão continuidade de dinâmica e de fluxo atacante para ganhar. O Falcao falha mais um jogo, mas ambicionamos tê-lo de volta o mais rápido possível.

Já decidiu quem vai ser o ponta-de-lança e se haverá uma mudança táctica?

Não devem encontrar muitas novidades. Temos a nossa estrutura perfeitamente delineada e preferida. Somos uma equipa que se enquadra no 4x3x3 pelas mais variadas razões e por aí não haverá novidades. O Walter dá-nos uma série de soluções. É outro tipo de jogo e de jogador. Apreciámos a forma como estivemos frente ao Marítimo, com a variabilidade que nos deu o James e o Hulk. É uma decisão que está tomada, mas que não quero partilhar, prefiro manter um pouco de imprevisibilidade. O Walter teve um jogo muito conseguido na Taça da Liga e é uma forte possibilidade.

Sente que o Hulk tem vontade de jogar a ponta-de-lança para chegar mais depressa à selecção brasileira?

Não é essa a nossa preocupação. Acho que não. O Hulk sente vontade de jogar sempre, porque é um talento indiscutível, acima da média, que se sente confortável nas várias posições na frente. Não é a primeira vez que faz várias posições na frente. Não é uma ou outra posição que terá influência na escolha do seleccionador.

Na terça-feira, Vítor Pereira vai fazer mais uma análise da arbitragem. Qual é a sua análise?

A arbitragem não tem sido muito diferente das épocas anteriores. Quem se sente mais prejudicado faz questão que se saiba e, depois, depende do tipo de preponderância que se dá na Comunicação Social. Depende do enquadramento em que os clubes estão inseridos e da protecção que determinados clubes têm. Esperamos sempre por uma evolução. Se houver profissionalização dos árbitros, esperamos que as coisas melhorem. Queremos acreditar que temos um presidente competente à frente da Comissão de Arbitragem e que as coisas terão tendência para melhorar.

Mais ou menos como se faz em Inglaterra, admitia uma medida que proibisse falar-se de arbitragem?

Não me parece possível, e nem é bem isso que acontece em Inglaterra. Lá há penalizações extremas para determinado tipo de mensagens. As equipas de arbitragem fazem parte do espectáculo, da emoção, geram também emoção, e seria ilógico retirá-las da envolvência do futebol. Todos estamos sujeitos a críticas pelo trabalho que fazemos e não vejo razão nenhuma para que não estejam sob o escrutínio dos outros.

Em Aveiro vai estar o árbitro [João Ferreira] que fez o relatório no túnel da Luz e também o que esteve na Supertaça. Como comenta a nomeação?

Os antecedentes são infelizes. Na Supertaça a arbitragem também não foi feliz. Traduziu-se na vitória do FC Porto, mas a outra equipa não foi prejudicada, pelo contrário, foi beneficiada. A preponderância que a arbitragem teve não foi muito explorada. Queremos acreditar que agora se mostrará competente e que fará um bom trabalho. A nomeação está feita e, se é lógica, não me parece. Mas está feita e esperamos que faça um bom trabalho.

No Académica-Benfica, a arbitragem [de Elmano Santos] foi polémica e mereceu um comentário irónico de Pinto da Costa. Acha que os árbitros entram condicionados nos jogos do Benfica?

Quero acreditar que não. Se a nomeação é lógica, não me parece que seja. Pelo caso que não foi caso na arbitragem do FC Porto-Setúbal [de Elmano Santos] fizeram dele um grande alarido. A nomeação de Elmano Santos parece-me ilógica para um jogo do Benfica, tendo em conta aquele antecedente tão fresco. Discordo quando dizem que a arbitragem de Coimbra foi comentada, porque não foi. Foi esquecida, se calhar, pelos principais intervenientes do jogo. Se calhar, foi comentada com pouca preponderância nacional.

Janeiro está a ser um mês cheio para o FC Porto e Fevereiro vai pelo mesmo caminho, porque, para além do campeonato, a Taça de Portugal (Rio Ave ou Benfica) e a Liga Europa (Sevilha) irão preencher a agenda competitiva. A perspectiva de um novo clássico com o Benfica já está na cabeça dos adeptos, mas foi ontem desvalorizada pelo treinador. Tudo por respeito ao Rio Ave, precisamente o adversário dos portistas nas meias-finais da última edição da Taça de Portugal. "A possibilidade de defrontar o Benfica não influi nada nesta altura da época. É um clássico, mas o Rio Ave tem uma palavra a dizer. Na época passada foi às meias-finais com o FC Porto e quer marcar presença novamente nessa fase da prova. Vamos esperar pela eliminatória e depois logo veremos", disse o treinador do FC Porto.

Rodríguez no Boca Juniors?

"Não. [O Boca Juniors] é uma entidade oficial, mas emitiu uma opinião falsa. É tão grave como uma namorada [de Salvio] de um determinado tipo de pessoa escrever o que bem lhe apetece em determinado meio. Cada um é livre de dizer o que lhe apetece e depois cada um é livre de comer ou não o que lê"

Ukra em Braga

"Relativamente aos casos do Castro e do Ukra sempre partilhámos as opiniões convosco e dependia muito das motivações de cada um. Havia essa possibilidade de partirem, porque a opção de jogar conta muito nas carreiras dos jogadores. Havia a opção do Braga para o Ukra e acho que vai aproveitá-la para crescer. Pode triunfar. Não estamos a dispensá-los. O Castro foi cedido ao Gijón sem direito de opção de compra e o Ukra será cedido por um ano e meio. São ambos jovens e têm grande potencial. Para ambos foi uma evolução terem vindo para o FC Porto, neste ambiente competitivo e de terem estado nas convocatórias com alguma frequência, apesar dos poucos minutos de utilização. O Castro parte para um campeonato extremamente competitivo e o Ukra parte para um clube com as mesmas ambições que o FC Porto, isto é, quer ganhar troféus. Vai continuar num ambiente competitivo e sabe que terá de manter-se no topo para ganhar espaço nesse clube."

Salvio interessa-lhe?

"É um jogador extremamente interessante. Foi preponderante no sub-20, na mesma altura do Walter. Não está nos planos do FC Porto e nem precisamos de avançados. Temos uma quantidade anormal de avançados, com muita qualidade e variabilidade, e não precisamos de acrescentar ninguém. O Salvio, pela época que está a fazer, é um jogador extremamente caro e fora do mercado do FC Porto"

Lá se perdeu um jornalista desportivo

O sucesso de André Villas-Boas ultrapassou há muito as fronteiras nacionais. Ontem, o secular jornal "The Times", de Londres, esteve no Olival a acompanhar a conferência de Imprensa - porque André não dá entrevistas individuais - e, quando as perguntas dos jornalistas portugueses terminaram, o discurso foi feito em inglês. Saber como chegou a treinador, os métodos de trabalho, a relação com Bobby Robson e Mourinho e a possibilidade de treinar na Premier League foram os temas abordados. Com uma revelação pelo meio. "Bobby Robson foi importante no início da minha carreira. Ia para jornalismo desportivo e tive a oportunidade de o confrontar com uma série de questões relacionadas com o FC Porto e a sua maneira de jogar. Só uma mente aberta como a de Bobby podia aceitar a arrogância de um miúdo. Deixou-me assistir aos treinos e, como adepto, estar perto dos meus ídolos foi inesquecível." Dizendo que é diferente de Mourinho - "as nossas carreiras parecem iguais, mas na verdade não são parecidas" - e que não imagina alcançar o mesmo sucesso do técnico do Real Madrid, Villas-Boas destacou a liberdade que dá aos jogadores. "Espero deles uma boa dose de criatividade. Para se potenciarem ao máximo, têm de fazer escolhas durante o jogo e nós não somos ditadores. Respeitamos a liberdade de escolha dos jogadores, porque o jogo é imprevisível. Só com liberdade de escolha se consegue potenciar o talento."

"Iturbe é explosivo"

André Villas-Boas comentou ontem a contratação de Iturbe com as habituais cautelas que costumam acompanhar este tipo de operações de mercado no FC Porto, embora não tenha perdido a oportunidade de elogiar o "potencial" de uma promessa que se encontra actualmente a brilhar pela selecção argentina no campeonato sul-americano de sub-20. "É um jogador interessante, mas enquanto não for oficializado não quero alongar-me muito sobre o assunto. É um jogador com grande potencial, explosivo, um ala puro e que rapidamente entrou no futebol profissional. Tem tido uma carreira explosiva e nós estamos atentos à sua carreira. Enquanto não for oficializado prefiro não alongar-me no assunto", explicou o treinador, quando instado a responder, ontem, a uma pergunta sobre as qualidades do primeiro reforço garantido pelo FC Porto para a próxima temporada. André Villas-Boas não foi, de resto, o primeiro a comentar a contratação de Iturbe, uma vez que Pinto da Costa já se pronunciou sobre o jovem argentino mas apenas para... não desmentir a contratação: "Não posso garantir que não é verdade", respondeu o presidente portista no final do encontro com o Beira-Mar. O negócio foi concluído nos últimos dias no Porto por representantes do jogador e do Cerro Porteño.




Tomaz Andrade n'O Jogo.