REMETO, por ora, o Benfica para ulterior comentário. Mas avanço já o que mais me chocou no contraste entre um Sporting mortiço e desgastado e a afirmação de poderio dos campeões, uma vez mais há muito anunciados. E esse choque passou por questões de índole física já antigas, devidas ao facto de o FC Porto privilegiar jogadores mais altos e mais fortes, do que é norma em Portugal. Não pretendo com isso dizer que, nos itens de avaliação de um bom jogador de futebol, sobrelevem sempre os de natureza física. Longe de mim afirmar tal, até por ser um admirador absolutamente convicto do futebol brasileiro, o mais belo futebol do mundo e onde os critérios da altura e do peso não são, em geral, os mais relevantes. Mas nem por isso eles deixam de eleger para a selecção um keeper, centrais efectivos e seus suplentes, trincos e até pontas de lança, onde a bitola de 1,90 m é a referência. Insisto por isso em defender que, pelo menos quanto ao eixo central, a componente física (altura, peso e rapidez) deva contar, em regra, no leque das exigências de qualquer equipa. E na média do conjunto também, pois essa é a condição para se integrarem com sucesso os jogadores habilidosos e mais baixinhos, como João Moutinho, Rui Barros ou Chalana. De resto, os dois primeiros eram (ou são) quase indestrutíveis, em componentes físicos vitais como a resistência ao desgaste e uma rapidez de velocistas.
JÁ uma vez aqui destaquei, exactamente por razões de altura, a vantagem de o Sporting fazer regressar João Gonçalves e André Marques para as laterais da defesa e Celestino para trinco. E voltarei de certeza ao assunto, em breve. Mas na última jornada, um dia depois de os leões terem apresentado em Coimbra um quarteto de minorcas (salvo Miguel Veloso e, mesmo assim…), no meio campo (ainda por cima tenrinhos de idade e imensamente desgastados), até doeu o massacre físico que o FC Porto impôs na Madeira, enquanto não ganhou vantagem. E repararam nos protagonistas deste sufoco? Ninguém menos que Bruno Alves (uma bola à trave logo aos dois minutos) e Rolando, autor do segundo golo, ambos alinhados pela bitola dos centrais canarinhos. E de tantas outras selecções. Além de que Raul Meireles, marcador do golo inaugural, não é propriamente um anão.
Daniel Reis n' A Bola.
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