quinta-feira, 16 de abril de 2009

Ser mais outro que os outros

DEZ minutos depois da eliminação do FC Porto, escrevo sem conseguir fazer reparos ao tri (futuro tetra) campeão nacional. O Man. United segue em frente porque foi melhor, porque é melhor. Mas como teve de sofrer para o fazer... E bem pode agradecer a um português, Ronaldo, a única diferença entre duas equipas com orçamentos incomparáveis.
Antes do jogo, Cissokho, lateral-esquerdo do FC Porto que assinou exibição fantástica em Old Trafford, disse que ia defrontar Ronaldo como qualquer outro jogador. Na conferência de imprensa que antecedeu a partida, Jesualdo Ferreira justificou a frase com o respeito que todos os jogadores do United merecem. Não me pareceu que fosse isso que Cissokho queria dizer. Nem me pareceu que fosse necessário tentar justificá-la.

Na verdade, Cissokho tinha razão. O futebol é simples. Ronaldo tem muito talento, dois braços e duas pernas. E se não é, como disse o lateral, igual aos outros, é só porque é mais outro que os outros — faz bem as coisas bem mais vezes. O que fazer quanto a isso? Pouco ou nada. O que podia alguém fazer para parar um remate a 33 metros da baliza? Pouco ou nada. Quando o melhor do Mundo (que o foi em 2008, com justiça) consegue mostrar o seu futebol pouco mais há a fazer que admirar. E reagir. O FC Porto reagiu mais de uma hora. E nesse período Ronaldo foi mesmo como os outros, apenas um empecilho no caminho da vitória. O dragão não chegou lá, mas pode e deve estar orgulhoso.

Hugo Vasconcelos n' A Bola.

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