terça-feira, 21 de abril de 2009

Males proverbiais

A minha vizinha do lado tem o estranho hábito de se expressar usando quase exclusivamente provérbios mais ou menos populares. Digo mais ou menos populares porque tenho de confessar que não conheço metade deles e imagino que alguns sejam inventados na hora, mas o facto é que tem um para cada situação e muitos até se negam mutuamente: se às vezes "quem espera sempre alcança" há outras em que "quem espera desespera". O mais frequente, contudo, tem qualquer coisa de conformismo tipicamente judaico-cristão e diz que "há males que vêm por bem". Usa-o quase sempre nas conversas sobre o tempo com que eu, desajeitado, tento abreviar as viagens que partilhamos no elevador. Lembrei-me dela e dele, do provérbio, ontem, quando me apercebi que Fucile falhou 12 jogos desde que saiu lesionado frente ao Rio Ave. Uma dúzia de partidas que Jesualdo Ferreira aproveitou para transformar esse problema na oportunidade para afirmar Sapunaru e Cissokho no onze titular, transformando uma das principais debilidades da equipa - os laterais - num dos seus mais fortes argumentos. Lá está. Há males que vêm por bem. O problema são os outros.

Jorge Maia n' O Jogo.

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