HOJE à noite, no Dragão, o FC Porto pode garantir um duplo feito. O de se qualificar para as meias-finais da Liga dos Campeões, proeza acessível a poucos emblemas (e rara mesmo para um clube que já se sagrou por duas vezes campeão europeu). E, em simultâneo, o de eliminar o campeão da Europa em título, o poderosíssimo Manchester United. Que é, além do mais, um dos dois grandes favoritos à conquista, na final de Roma, do mais ambicionado troféu do mundo do futebol.
O outro favorito é o Barcelona, ontem à noite apurado num jogo de circunstância (1-1) frente ao Bayern, em que tudo já estava antecipadamente decidido depois dos 4-0 da 1.ª mão — ainda que a meia-final contra o renascido Chelsea de Hiddink (que segue em frente após um renhido e empolgante 4-4, ontem, com o Liverpool) nos possa trazer uma das surpresas em que o futebol é fértil, deixando pelo caminho o mais consensual dos favoritos…
Depois da magnífica exibição e do excelente empate de 2-2 em Old Trafford, o FC Porto entra hoje em campo no Dragão com a certeza — adquirida no desafio de Inglaterra — de ter capacidade e qualidade futebolística para fazer frente e conseguir superiorizar-se, em certos momentos de jogo, à cotada formação inglesa. Com a vantagem efectiva — proporcionada pelo empate a dois no terreno adversário — de lhe bastar um novo empate, a zero ou a um, para seguir em frente, forçando o Manchester a assumir a iniciativa de tentar marcar um ou dois golos. E com a confiança e a convicção — induzidas pelo conjunto de bons resultados das últimas semanas e a onda de entusiasmo que cresceu na massa de adeptos portistas — de poder transformar em realidade o sonho do acesso à meia-final.
MAS, para lá do entusiasmo, com o necessário realismo e os pés assentes na terra, a verdade é que FC Porto e Manchester partem para o jogo desta noite com 50% de hipóteses de apuramento para cada lado — o que já é uma percentagem inabitualmente favorável para o campeão português num confronto com o campeão inglês e europeu.
Não se menospreze, pois, o potencial de recuperação e de afirmação do Manchester. Porque só um FC Porto de altíssimo nível, a atingir a perfeição colectiva e sem erros individuais determinantes, estará em condições de levar de vencida esta dificílima eliminatória. Cristiano Ronaldo, Rooney, Giggs ou Tévez são jogadores capazes, por si sós, de desequilibrar e resolver um encontro. Por isso, a equipa de Jesualdo Ferreira terá que demonstrar o mesmo grau de autoconfiança, o mesmo atrevimento desinibido, a mesma quase perfeição exibicional que evidenciou em Old Trafford para se superiorizar ao Manchester United. E não é fácil repetir dois jogos quase perfeitos no espaço de uma semana.
Pode o FC Porto chegar às meias-finais e, até, à final da Liga dos Campeões? Pode, ainda que tudo esteja em aberto e não seja para aí que se inclinam as probabilidades da maioria das apostas. Mas, se passar o gigante Manchester, de Ferguson, então o Arsenal, de Wenger, o mais provável opositor na meia-final (a menos que o Villarreal nos reserve, hoje, mais uma surpresa), parecerá, em comparação com o Manchester, um adversário bem mais acessível.
E pode o FC Porto renovar sem sobressaltos o título de campeão nacional? As últimas exibições e os últimos resultados (V. Guimarães e E. Amadora) parecem apontar nesse sentido. Mas bastará um desaire, já em Coimbra ou numa das jornadas seguintes, para que a margem de avanço portista se estreite perigosamente e a intranquilidade se instale no reino do Dragão. Um empate ou uma derrota colocarão a equipa de Jesualdo Ferreira sob a pressão adicional de não poder cometer qualquer outro deslize, sob pena de se ver ultrapassada no topo da tabela.
Mas, para isso, não pode o Sporting, por seu lado, desperdiçar qualquer ponto nestas seis jornadas finais, a começar já no sábado, no complicado encontro de Guimarães. Para não conceder ao FC Porto a margem de segurança e tranquilidade que lhe falta.
Quanto ao Benfica, Quique Flores já fez saber que, numa lógica de projecto evolutivo, se contenta em fazer melhor do que na época passada. O resultado na Luz com a Académica já evoluiu bastante em relação aos 0-3 de há um ano. E o 3.º lugar na classificação é, sem dúvida, um upgrade em relação ao 4.º lugar de 2007/08. Mas há que acautelar a concorrência pelo 3.º lugar de Nacional e Sp. Braga, contra os quais a equipa de Quique Flores ainda terá que jogar. E fora de casa.
José António Lima n' A Bola.
O outro favorito é o Barcelona, ontem à noite apurado num jogo de circunstância (1-1) frente ao Bayern, em que tudo já estava antecipadamente decidido depois dos 4-0 da 1.ª mão — ainda que a meia-final contra o renascido Chelsea de Hiddink (que segue em frente após um renhido e empolgante 4-4, ontem, com o Liverpool) nos possa trazer uma das surpresas em que o futebol é fértil, deixando pelo caminho o mais consensual dos favoritos…
Depois da magnífica exibição e do excelente empate de 2-2 em Old Trafford, o FC Porto entra hoje em campo no Dragão com a certeza — adquirida no desafio de Inglaterra — de ter capacidade e qualidade futebolística para fazer frente e conseguir superiorizar-se, em certos momentos de jogo, à cotada formação inglesa. Com a vantagem efectiva — proporcionada pelo empate a dois no terreno adversário — de lhe bastar um novo empate, a zero ou a um, para seguir em frente, forçando o Manchester a assumir a iniciativa de tentar marcar um ou dois golos. E com a confiança e a convicção — induzidas pelo conjunto de bons resultados das últimas semanas e a onda de entusiasmo que cresceu na massa de adeptos portistas — de poder transformar em realidade o sonho do acesso à meia-final.
MAS, para lá do entusiasmo, com o necessário realismo e os pés assentes na terra, a verdade é que FC Porto e Manchester partem para o jogo desta noite com 50% de hipóteses de apuramento para cada lado — o que já é uma percentagem inabitualmente favorável para o campeão português num confronto com o campeão inglês e europeu.
Não se menospreze, pois, o potencial de recuperação e de afirmação do Manchester. Porque só um FC Porto de altíssimo nível, a atingir a perfeição colectiva e sem erros individuais determinantes, estará em condições de levar de vencida esta dificílima eliminatória. Cristiano Ronaldo, Rooney, Giggs ou Tévez são jogadores capazes, por si sós, de desequilibrar e resolver um encontro. Por isso, a equipa de Jesualdo Ferreira terá que demonstrar o mesmo grau de autoconfiança, o mesmo atrevimento desinibido, a mesma quase perfeição exibicional que evidenciou em Old Trafford para se superiorizar ao Manchester United. E não é fácil repetir dois jogos quase perfeitos no espaço de uma semana.
Pode o FC Porto chegar às meias-finais e, até, à final da Liga dos Campeões? Pode, ainda que tudo esteja em aberto e não seja para aí que se inclinam as probabilidades da maioria das apostas. Mas, se passar o gigante Manchester, de Ferguson, então o Arsenal, de Wenger, o mais provável opositor na meia-final (a menos que o Villarreal nos reserve, hoje, mais uma surpresa), parecerá, em comparação com o Manchester, um adversário bem mais acessível.
E pode o FC Porto renovar sem sobressaltos o título de campeão nacional? As últimas exibições e os últimos resultados (V. Guimarães e E. Amadora) parecem apontar nesse sentido. Mas bastará um desaire, já em Coimbra ou numa das jornadas seguintes, para que a margem de avanço portista se estreite perigosamente e a intranquilidade se instale no reino do Dragão. Um empate ou uma derrota colocarão a equipa de Jesualdo Ferreira sob a pressão adicional de não poder cometer qualquer outro deslize, sob pena de se ver ultrapassada no topo da tabela.
Mas, para isso, não pode o Sporting, por seu lado, desperdiçar qualquer ponto nestas seis jornadas finais, a começar já no sábado, no complicado encontro de Guimarães. Para não conceder ao FC Porto a margem de segurança e tranquilidade que lhe falta.
Quanto ao Benfica, Quique Flores já fez saber que, numa lógica de projecto evolutivo, se contenta em fazer melhor do que na época passada. O resultado na Luz com a Académica já evoluiu bastante em relação aos 0-3 de há um ano. E o 3.º lugar na classificação é, sem dúvida, um upgrade em relação ao 4.º lugar de 2007/08. Mas há que acautelar a concorrência pelo 3.º lugar de Nacional e Sp. Braga, contra os quais a equipa de Quique Flores ainda terá que jogar. E fora de casa.
José António Lima n' A Bola.
Sem comentários:
Enviar um comentário