sexta-feira, 17 de abril de 2009

Faltou qualquer coisa...

QUANDO, na véspera do jogo, lamentei a ausência de Jesualdo Ferreira no banco, por um inexplicável e platinesco castigo, e sugeri que se assobiasse o hino da Champions, o que, aliás, sucedeu, estava já muito preocupado. A equipa entrou em campo órfã de Jesualdo, e tudo se adensou aos 30 minutos quando ficou viúva de Lucho, o seu grande pensador.
Duvido que Jesualdo tivesse retirado Rodriguez quando era Hulk que não estava em campo, ou tivesse trocado Sapunaru por Tomás Costa quando era Meireles que já não aguentava a dupla função a que a lesão de Lucho o obrigara.

Confirmou-se que José Gomes não tem a qualidade de Azenha mas, mais do que as opções, o que me irritou foram as suas declarações no fim do jogo. Depois de tantos meses no Dragão, devia ter tido tempo para perceber que já não está na Luz e que os adeptos portistas não se contentam com vitórias morais.

É urgente que alguém lhe explique que este é o clube errado para quem se contenta com elas, e lhe diga que podemos sempre reclamar que nos ficou a honra, mas não podemos nunca invocar a glória quando perdemos.

O que se viu, na eliminatória, é que o FC Porto poderia ter ido mais longe, apesar das diferenças de orçamento. Teve à sua mercê o campeão de Inglaterra, da Europa e do Mundo e houve jogadores, como Fernando, Cissoko, Rodriguez, Sapunaru, Lisandro e Mariano que não mereciam ficar pelo caminho. Mas também se percebeu que faltou alguma coisa.

Faltou, pelo menos, um substituto para Lucho e, também, um grande guarda-redes. Helton é uma simpatia e chega para consumo interno, mas falhou ao lançar-se tarde. No futebol de primeira, os remates a 40 metros, desencobertos, por alto, sem ressaltos ou desvios, são sempre defensáveis. Foi pena, mas para o ano há mais.

Rui Moreira n' A Bola.

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