sábado, 21 de março de 2009

Jogar a Taça a duas mãos parece-me positivo

Conferência de imprensa de Jesualdo Ferreira n' O Jogo:

Como analisa o novo modelo da Taça de Portugal com uma eliminatória a duas mãos nesta fase?

Depende. Só no fim podemos tirar conclusões, mas, neste momento, é essa a regra. Não acho importante estar a discutir coisas irreversíveis. Para além de haver mais um jogo, o que necessariamente influencia o resultado de uma eliminatória que permite uma presença na final, acho que é positivo, porque parece-me que chegam à final as equipas que mais merecem, depois de um trajecto de jogos em que nem sempre, num sorteio, há igualdade nas dificuldades. Acho que as equipas médias têm mais possibilidades jogando em duas mãos, isto no caso de, por exemplo, jogarem no campo de um adversário mais forte. Esta competição não é de pontos, mas de diferença de golos, e a nós, numa mecânica comum às equipas habituadas a eliminatórias, interessa-nos fazer um resultado que nos permita um segundo jogo com grau de dificuldade menor. Esta situação torna o apuramento mais difícil, porque será essa também a ideia dos jogadores do Estrela da Amadora.

Tendo em conta a temporada do Estrela, com os bons jogos que têm feito em contraste com os ordenados em atraso, o que é que isso pesa neste jogo?

Temos visto um Estrela da Amadora excelente no campeonato e ao mesmo nível na Taça de Portugal, porque está nas meias-finais. Vamos ter dificuldades, frente a grandes profissionais. Já sentimos isso na primeira volta da Liga. Temos vindo a ver os seus jogos e a perceber que é uma equipa rotinada e solidária, coisas que não são normais noutros clubes. Sentimos que esse é o grande problema que vamos ter de ultrapassar. Vai ser neste contexto que vamos jogar as meias-finais da Taça de Portugal, competição que queremos muito ganhar. Jogadores, treinadores, administração, adeptos, todos querem muito ganhar, mas sabemos que antes temos de passar primeiro o Estrela da Amadora para chegar à final.

Vai poupar jogadores ?

Não, não vou poupar ninguém. Já disse que essas perguntas de poupança deixam o cheiro de facilidade e esse sentimento não existe em nós. A gestão que se faz dos jogadores tem a ver com o rendimento no momento em que vamos jogar, seja em que competição for. Essa é a perspectiva que devemos ter na maneira como é feita a formatação das equipas para cada jogo. Nas últimas semanas, a opinião favorável ao FC Porto foi unânime, colocaram-nos logo em posições extremamente favorável. É verdade que estamos bem posicionados nas três provas em que estamos, mas ainda não ganhámos nada...

Os compromissos da Selecção vão complicar as coisas?

Como sabem, a partir de segunda-feira temos um plantel reduzido devido à ausência dos internacionais e, necessariamente, não vamos deixar de treinar e de nos preocupar com aquilo que temos de fazer a seguir. Mas, só muito em cima do Guimarães irão ser definidas as linhas de orientação desse jogo, a equipa e os jogadores que nele vão participar, porque teremos praticamente duas semanas em que vamos funcionar com um lote curto de jogadores. Vamos aproveitar para trabalhar muito forte no plano táctico, no sentido de podermos ter jogadores disponíveis para os jogos seguintes, em boas condições para participarem em qualquer jogo. Na sexta-feira teremos uma decisão a tomar em relação ao Guimarães. Até lá, o quadro que existe pode ser completamente alterado. Contra o Estrela da Amadora, aí sim, vamos ter uma equipa adequada ao jogo que queremos fazer.

"Temos dois jogos decisivos antes do Manchester"

Jesualdo separou as águas e refutou a ideia de que os dois jogos que se seguem, com Estrela e Guimarães possam ficar condicionados por causa da Liga dos Campeões. "Vamos defrontar o campeão europeu, mas, até lá, temos dois jogos muito importantes e decisivos. Neste momento, a preocupação é o Estrela da Amadora e, depois, prepararemos o Manchester United. Esse jogo é que pode ficar condicionado, porque vem depois. Numa perspectiva cronológica, serão esses que podem condicionar os seguintes", explicou. Em termos de plantel, muito poderá mudar até aos quartos da Champions, mas a ideia é sempre a mesma: "Temos de fazer uma gestão correcta de modo a estarmos sempre fortes em todos os jogos".

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