terça-feira, 4 de maio de 2010

Um Guerrero no sapato

Há algumas semanas, Guerrero, jogador do Hamburgo, atirou uma garrafa para o público à entrada do túnel de acesso aos balneários do seu estádio. Houve por cá quem se apressasse a comparar a situação com a de Hulk e Sapunaru, prevendo uma sanção exemplar da justiça alemã para o agressor. Na altura, os mesmos comentadores louvaram a urgência com que os dirigentes do Hamburgo consideram tal comportamento inaceitável e sublinharam a forma compungida como o próprio jogador pediu desculpa no dia seguinte, mas também adivinharam que se fosse por cá, Guerrero seria considerado um herói. E que não só não teria de pedir desculpa, como veria a sua reputação cantada por milhares de adeptos, merecendo a compreensão de dirigentes, treinadores e comentadores encartados. Sabiam bem do que falavam. Luisão atirou um objecto contra o público à entrada do túnel do Estádio do Dragão. Ninguém do Benfica lamentou o acto, o jogador não pediu desculpa e os mesmos comentadores tão críticos antes estão agora caladinhos como bons acólitos durante a missa. Ah, e de facto a justiça alemã foi exemplar: demorou quatro dias a decidir e aplicou cinco jogos de suspensão a Guerrero.

Jorge Maia n' O Jogo.

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