Apelar à normalidade e ao bom comportamento entre adeptos que até nem se cruzam na final da Taça, como fez ontem o Benfica, usando três de seis curtos parágrafos para reavivar ou reclamar supostas injustiças, parece-me um contra-senso dispensável, mesmo que apareça camuflado no meio de apregoadas boas intenções. Às vezes acontece. De resto, tem acontecido muitas vezes nesta era de comunicados que vai politizando os clubes, tornando-os numa soma de egos mal resolvidos: a vaidade de trabalhar a palavra, de a enrolar em ideias aparentemente inatacáveis, é quase tão antiga - e também quase tão infantil, diga-se - como a história do lobo com pele de cordeiro. Devo confessar que, para mim, é um dilema escrever sobre isto, porque, nestes casos, é velha também a artimanha de apontar o dedo a quem interpreta a mensagem, já que, ironicamente, ela só costuma ser eficaz com essa interpretação óbvia de quem não gosta de passar por parvo nas entrelinhas.
Hugo Sousa n' O Jogo.
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