sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Só os necessários

TUDO começa de novo. Recomeçou depois da saída de Co Adriaanse, com um plantel transformado em molho holandês, destruído com método e empenho (penso nisso só de me lembrar de Diego); recomeçou no ano seguinte com um grupo construído à imagem de Jesualdo – e este ano, quando tudo levava a crer que o FC Porto tinha uma equipa relativamente sólida, capaz de jogar futebol e de não se inclinar para a disputa da Liga Europa, o palco enche-se com novos jogadores. Ia a dizer protagonistas, mas, na verdade, é coisa que ainda não há.
Por um lado, é pecado de portista, este, o de achar que o mundo desaba de cada vez que mexem no tapete que nos deu o tetracampeonato; por outro lado, o tetracampeonato foi conquistado com o tapete sempre a mexer-se, com entradas, saídas e dúvidas honestas. Tudo isso a juntar à campanha miserável contra o clube, essa sim, uma conspiração de desalojados de qualquer tapete.

Acontece sempre, portanto: o começo da época tem, associado, aquele ligeiro tremor – como é que vai jogar o FC Porto? As promessas estão lá e, nesta altura, cada um de nós faz a equipa ideal. Arrisquemos, para lá da baliza: Bruno Alves, Rolando, Nuno André Coelho (gosto de jogadores com três nomes) e Maicón, Fucile de um lado e Á. Pereira do outro, Fernando e Meireles com a concorrência de Beluschi e Valeri, Falcao, Hulk, Mariano e Rodríguez com a concorrência de Farías. Em quantos vou? Dezasseis, se lhes juntar um guarda-redes. Devíamos jogar com 16, vá lá 15, em nome do futebol.

VALERI. Ainda não o vi jogar mas promete bons títulos em jornais inteligentes. Pela alcunha: o bibliotecário. Faria as delícias de Carlos Pinhão e Carlos Miranda. Porquê o bibliotecário? Valeri explicou: gosta de ler, coisa que faz com insistência. Não é que no futebol se sinta a falta desta qualidade – mas é bom ter um excêntrico nas fileiras. Nem que seja para ler as quatro linhas essenciais.

AGORA, que o Benfica já é campeão, pode começar a época de futebol. Isto, dito assim, parece mal – mas é a sina de todos os Verões portugueses.

Francisco José Viegas n'A Bola.

1 comentário:

lucho disse...

Hoje também vem uma crónica na Bola do Rui Moreira. Não vão colocar o texto dele on-line?