sábado, 15 de agosto de 2009

A pressão é a mesma

Conferência de imprensa de Jesualdo Ferreira n' O Jogo:

O campeonato arranca amanhã para o FC Porto, que parte com o pentacampeonato no horizonte, e Jesualdo assume a necessidade de vencer o primeiro jogo para entrar bem na prova e começar com tranquilidade, mas avisou que a sua equipa terá de jogar muito mais do que foi capaz de fazer na Supertaça. Entretanto, começou por esclarecer a questão de vencer o campeonato sem derrotas, para não ter de se sujeitar a más interpretações.

Na época passada, disse que queria ganhar este campeonato sem derrotas, mantém essa disposição?

Essa resposta foi, como tem acontecido muitas vezes, interpretada como mais interessou. O que disse, e repito, surgiu na sequência de uma pergunta que me fizeram, e que tinha a ver com os objectivos do FC Porto. Referi que, internamente, o FC Porto não tinha mais nada de novo e o que nós procurávamos era ultrapassar metas que não substituíssem o que é mais importante, que é continuar a ganhar títulos. E, neste quadro, a única coisa que faltava era chegar um dia ao fim do campeonato sem derrotas, foi o que disse.

Evidentemente, como todos sabem, o tratamento disso obedece a um conjunto de interesses: de notícia, do lado em que ela é vista, da forma como ela é vista, como se põe, para depois se poder dizer que já ganhou, ou que perdeu...

Foi, então, mais um desafio para motivar os jogadores...

Claro que sim, não tem nada a ver com aquilo que são as interpretações que as pessoas fazem quando lêem, mas tem a ver com a minha equipa, a nossa estrutura e, fundamentalmente, com aquilo que é o sentimento dos nossos associados, que sabem que seria uma conquista interessante, mas não importante; apenas dentro de um trajecto que passa por ser campeão, isso é importante, vencer a Taça de Portugal. Passar na Champions League, ser campeão europeu, ganhar outra vez a Taça Intercontinental, isso é importante. Tudo o resto são questões interessantes, desafios que se colocam diariamente. Acho que, enquanto líderes de uma equipa, temos obrigação de conseguir criar alguma coisa que nos faça superar.

Mas, sente-se mais pressionado?

Não, é igual aos outros anos. Não me recordo de termos iniciado uma época sem tudo aquilo que está a acontecer agora.

Reencontra o Paços. Vai ser mais difícil do que o da Supertaça?

Consideravelmente mais difícil. Aliás, tive o cuidado de o referir quando acabou a Supertaça, depois de vencermos. Achei que o jogo tinha sido muito difícil para nós, e que seria bem mais difícil uma semana depois. Acrescentei que, para ganharmos em Paços de Ferreira - uma das metas que temos no início do campeonato - teríamos de ser muito melhores do que fomos no jogo da Supertaça. Depois, recordo que, no ano passado, o Paços foi o sexto ataque do campeonato, pratica um futebol positivo, fez uma grande Taça de Portugal, atingindo a final, o que lhe permitiu jogar nas pré-eliminatórias da Liga Europa, onde acabou eliminado - na minha opinião podia ter passado perfeitamente - e, pelo futebol que pratica e pelo estado de espírito que apresenta, vai obrigar-nos a ser mais fortes, mais agressivos, mais coerentes e mais lógicos no nosso trabalho. Só os podemos ultrapassar jogando a um nível superior daquilo que fomos capazes de fazer na semana passada.

O que têm de fazer melhor?

Temos de ser mais equilibrados, acima de tudo. Não podemos alterar a equipa sob pena de perdermos alguns equilíbrios fundamentais e que, neste momento, são frequentes em função do tempo de trabalho, menor condição física, do conhecimento dos jogadores novos e das integrações que têm de ser feitas. Há um conjunto de factores que são decisivos num jogo, como aconteceu contra o Paços, por exemplo. Houve um factor decisivo na vitória do FC Porto, dirão os jogadores do Paços de Ferreira, mas, para nós, foi apenas uma consequência daquilo que a equipa do FC Porto tem vindo a fazer: quando está sem bola e tem de tomar um conjunto de atitudes agressivas e de pressão em determinadas zonas do meio-campo e que, naquele caso, resultou [n.d.r. erro de Cássio]. Portanto são dois comportamentos e duas análises diferentes.

"Até 31 de Agosto está tudo em aberto"

A incerteza que vai manter-se em relação a Bruno Alves e, eventualmente, em relação a um ou outro jogador, até ao fecho do mercado de transferências é um mal com o qual Jesualdo já está habituado a viver, mas que não lhe tira o sono.

O plantel está fechado a entradas e saídas?

Até ao dia 31 de Agosto está tudo em aberto...

Admite que possa sair alguém?

Está em aberto...

Mas isso não o preocupa?

Não.

No ano passado teve uma situação mais complicada como a do Quaresma. Nesta altura fala-se do Bruno Alves....

Não foi só no ano passado, mas isso é normal no futebol. Há um conjunto de procedimentos aos quais não podemos fugir enquanto estivermos nestas funções. Acima de tudo, queremos preparar os jogadores para a equipa.

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