domingo, 2 de agosto de 2009

FC Porto é muito mais do que o Hulk

A derrota com o Aston Villa não apagou o que ficou para trás: cinco vitórias e um empate numa pré-temporada cheia de novidades e com uma confirmação: Hulk. Jesualdo Ferreira fez a O JOGO um balanço completo do arranque, a uma semana do primeiro desafio oficial.

Directo ao assunto. Fala-se muito numa certa dependência em relação ao Hulk, o único jogador do FC Porto que marcou na Peace Cup. Ela existe mesmo?

Não existe dependência nenhuma do FC Porto em relação a Hulk. O FC Porto é muito mais do que o Hulk. O fundamental é que ele perceba que a equipa joga para ele e que ele tem de jogar para a equipa. Nenhum jogador consegue fugir a esta condicionante. O Hulk joga na última linha, como jogava o Lisandro ou o Quaresma, e, como o jogo tem uma lógica, é evidente que as características do Hulk só podem ser potenciadas com a equipa. As suas capacidades só podem ser úteis quando ele for capaz de as pôr ao serviço da equipa. Gostava que se recordassem do que foi escrito sobre ele há um ano, quando ele chegou. Nessa comparação, entre o Hulk actual e aquele que chegou mais ou menos por esta altura, percebe-se que aquilo que separa um e outro é a evolução que ele fez no entendimento com a equipa. Por isso mesmo, rejeito qualquer dependência em relação ao Hulk, como rejeitei a dependência em relação ao Quaresma ou em relação ao Lucho. E o facto é que a equipa conseguiu sobreviver sempre à ausência de qualquer um deles. De resto, posso dizer-lhe que os jogadores com as características que tem o Hulk impressionam quase sempre mais o público e a crítica do que os treinadores.

Mas sobra a ideia de que não há muitas alternativas a Hulk no plantel…

Não faltam alternativas ao FC Porto, faltam alternativas ao Hulk. Ou seja, o FC Porto tem outros jogadores para utilizar no ataque com características diferentes, o que não tem é outro Hulk, com a mesma velocidade e a mesma capacidade de explosão. Aliás, nem sei se existe algum por aí, até porque a clonagem não está assim tão evoluída. Claro que o plantel tem alternativas para quando ele não jogar.

Falcao, por exemplo, pode render mais? Não será um jogador demasiado parecido com o Farías?

O Falcao corre o mesmo perigo de qualquer jogador que chega ao FC Porto e ao fim de cinco treinos joga: tem de comer a bola. Não é justo fazer essa avaliação e muito menos comparar o Hulk com o Falcao. Primeiro, o Hulk não é um ponta-de-lança, é um avançado. No FC Porto, não jogamos com dois extremos e um ponta-de-lança, jogamos com três avançados e creio que, com alguma calma, o Falcao pode fazer parte desse esquema e nós vamos ter esses três avançados, tal como tivemos no ano passado.

Isso quer dizer que, para já, não tem?

Quer dizer que o Rodríguez está lesionado, quer dizer que o Hulk não tem jogado exactamente na posição onde penso que poderá jogar no futuro e quer dizer que o terceiro jogador desse trio ainda não entende completamente o jogo da equipa, mas vai entender. Agora, é verdade que o Falcao não é uma alternativa ao Hulk, porque têm características diferentes.

E isso significa que lhe chegam os jogadores que tem?

Neste momento, temos seis avançados, o que é o ideal para a estrutura da equipa, todos eles têm características diferentes que são complementares e que, com tempo e com trabalho, podem proporcionar todas as soluções de que a equipa precisa. De resto, as conversas sobre os nossos planos ao nível das entradas e saídas não são públicas.

Carlos Gouveia e Jorge Maia n' O Jogo.

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