sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Agora é a sério

1 Para o FC Porto, a época começa este fim-de-semana, com a disputa da Supertaça. Contra o Paços de Ferreira, que é um adversário inferior mas leva mais algumas semanas de trabalho, teremos a oportunidade de compreender as opções de Jesualdo. Naturalmente, os jogos amigáveis têm sempre interesse desportivo e financeiro, mas não fazem parte dos objectivos prioritários do FC Porto, que não precisa de ganhar jogos a feijões para sossegar os adeptos ou para receber mais uns cobres. Aliás, o torneio espanhol, em que o FC Porto disputou três jogos em cinco dias, com muito calor, maus relvados e péssimas arbitragens, foi bem aproveitado pela equipa técnica para rodar jogadores e para fazer experiências e observações. O que verdadeiramente interessa, nesta altura, é garantir o apuro de forma e as rotinas que permitam entrar na nova época como o pé direito.

2 Não me custa, note-se, reconhecer que o Benfica, que já fora aclamado campeão de Inverno, também merece o título de campeão de Verão. Ainda assim, há, no mínimo, algum exagero relativamente às conquistas encarnadas. Veja-se como a imprensa nacional entrou em êxtase depois de o Benfica ter ganho o Torneio de Amesterdão, e como não faltou quem visse, nessa conquista indiscutível e merecida, um regresso aos gloriosos anos do Benfica. A verdade é que, fora-de-portas, o sentimento foi diferente. O Sports Leader, por exemplo, lembrou que o torneio, que era outrora cobiçado pelos gigantes do futebol europeu, e cito «Manchester United, Arsenal, Inter, Liverpool e FC Porto», perdeu a sua magia, como se comprova por ter sido disputado, este ano, pelo Ajax, Atlético de Madrid, Sunderland e Benfica, o que, de acordo com o articulista, comprova que o torneio entrou em decadência.

3 Ainda assim, o Benfica está muito mais forte. Quanto ao FC Porto, e depois dos vários jogos realizados, reconheço que conseguiu bons reforços. Mas, depois da saída de Lucho e de Lisandro, e com a lesão de Rodriguez, a equipa é, para já e ainda, mais previsível que a do ano passado. Por isso, depende da capacidade de ruptura de Hulk para conseguir os desequilíbrios que decidem os jogos. Foi o que se viu nos jogos do Torneio da Paz, em que o brasileiro foi a única gazua eficiente para romper as defesas adversárias, ainda que isso seja, obviamente, desvalorizado por Jesualdo que, quando diz que Hulk impressiona mais os adeptos do que os treinadores, quererá evitar que o jogador, que tem o individualismo como pecha, se deslumbre com os comentários da crítica e com os aplausos do público.

4 Uma nota para o Sporting, que tem sido muito desvalorizado mas conseguiu, para já, o seu primeiro objectivo a caminho da Liga dos Campeões. Paulo Bento tem sabido concorrer com menos argumentos e, por isso, tenho a certeza que a sua equipa estará, certamente também, na corrida ao título nacional.

Rui Moreira n' A Bola.

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