segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Dependência ou outra coisa qualquer

O verdadeiro problema à volta da discussão sobre o peso de Hulk na equipa talvez seja semântico. Concretamente, a repugnância gerada pelos significados da palavra mais usada para o ilustrar: "dependência". Ou, acentuando-a na sua derivação futebolística, qualquer coisa como: ele e mais dez - que, por ironia, até já nem são os mesmos dez da época passada. Em público, nenhum treinador concordará com a ideia. E, como lhe competia, Jesualdo Ferreira tratou de a rebater, sublinhando, na argumentação, o desenvolvimento de um sentido mais colectivo no jogo de Hulk. Isso é verdade e nota-se. Mas, por mais contraditório que pareça, integrar, ou sublinhar a integração, de um talento como Hulk numa dinâmica colectiva não contraria ou atenua o peso. Aliás, até é bem capaz de o reforçar. Dizer que o ataque depende muito de Hulk não significa dizer que o FC Porto não funciona sem ele. O próprio Jesualdo repisou a ideia de ter alternativas de jogo, não necessariamente alternativas a Hulk. Porque ele é único e faz a diferença. Tem feito no FC Porto. Chamar a isso dependência ou não, é uma questão de palavras.

Hugo Sousa n' O Jogo.

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