COMO Mário Coluna bem explicou no 'Trio d'Ataque', o Benfica foi instrumentalizado pelo Estado Novo. Aliás, assim se explica o equipamento 'à Benfica' usado pela Selecção de 1966, escolhido para confundir o clube de sucesso, os atletas africanos e o futebol pátrio.
Apesar do seu passado glorioso, o Benfica não ganha um título internacional desde a pré-história das competições europeias. A sua hegemonia doméstica não sobreviveu ao fim do Império, que lhe fornecia os melhores atletas, nem ao fim do regime que o acarinhava. No último quarto de século, o FC Porto roubou-lhe a hegemonia caseira e ultrapassou-o em prestígio internacional.
Essa realidade, que nada tem de indecorosa, é penosa para alguns ilustres benfiquistas, que se refugiam no argumento de que muitos dos adeptos do clube eram do contra. Mas, são esses mesmos ilustres que parecem acreditar que o seu clube tem um direito natural à hegemonia. Ora, percebe-se e saúda-se que os benfiquistas não se resignem à sua fraca sorte, mas não se entende a sua cegueira, quando atribuem os insucessos a factores imaginários e não vêem que eles se devem a fracos dirigentes e a sucessivos erros de gestão. Foi com esse beneplácito acrítico que Vale e Azevedo quase destruiu o clube.
Este devia ter sido o ano da regeneração. Afinal, foi mais uma falsa partida. Foram dadas a Rui Costa condições inéditas e irrepetíveis, só que as expectativas eram excessivas e precipitadas, e não lhe deram o tempo e a margem de erro de que qualquer novo projecto precisa. Em desespero, o clube regressou à táctica da secretaria, procurando através seus fantoches, cujas teses vão sendo derrotadas nos tribunais, o que não consegue no campo.
Enquanto recorrer a esse triste eclectismo, a sua equipa terá desculpas para não vencer e o FC Porto continuará a ganhar.
Rui Moreira n' A Bola.
Apesar do seu passado glorioso, o Benfica não ganha um título internacional desde a pré-história das competições europeias. A sua hegemonia doméstica não sobreviveu ao fim do Império, que lhe fornecia os melhores atletas, nem ao fim do regime que o acarinhava. No último quarto de século, o FC Porto roubou-lhe a hegemonia caseira e ultrapassou-o em prestígio internacional.
Essa realidade, que nada tem de indecorosa, é penosa para alguns ilustres benfiquistas, que se refugiam no argumento de que muitos dos adeptos do clube eram do contra. Mas, são esses mesmos ilustres que parecem acreditar que o seu clube tem um direito natural à hegemonia. Ora, percebe-se e saúda-se que os benfiquistas não se resignem à sua fraca sorte, mas não se entende a sua cegueira, quando atribuem os insucessos a factores imaginários e não vêem que eles se devem a fracos dirigentes e a sucessivos erros de gestão. Foi com esse beneplácito acrítico que Vale e Azevedo quase destruiu o clube.
Este devia ter sido o ano da regeneração. Afinal, foi mais uma falsa partida. Foram dadas a Rui Costa condições inéditas e irrepetíveis, só que as expectativas eram excessivas e precipitadas, e não lhe deram o tempo e a margem de erro de que qualquer novo projecto precisa. Em desespero, o clube regressou à táctica da secretaria, procurando através seus fantoches, cujas teses vão sendo derrotadas nos tribunais, o que não consegue no campo.
Enquanto recorrer a esse triste eclectismo, a sua equipa terá desculpas para não vencer e o FC Porto continuará a ganhar.
Rui Moreira n' A Bola.
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