sexta-feira, 16 de abril de 2010

Regimes

O plantel no precisa de emagrecer muito. Precisa de engordar... A frase não é minha, lamento, mas do presidente do FC Porto, que ontem apresentou mais um livro de Fernando Póvoas. O problema dos regimes alimentares é que se trata, quase sempre, de substituir uns alimentos por outros, consoante os objectivos em causa: emagrecer ou engordar. A pirâmide alimentar continua a mesma, mas é no seu uso correcto que está o segredo.
Tratemos, pois, de substituir com determinação e com método. Mais proteína e menos hidrato de carbono, pode ser uma solução para o problema do FC Porto. E mais fibra. E mais imaginação (um dietista deve fazer-se acompanhar por um chef exigente e imaginativo). E, se me permitem, mais entusiasmo, sempre com produtos de boa qualidade.

Tal como uma cozinha não é um laboratório farmacêutico, também um balneário não é uma linha de montagem; o FC Porto precisa de jogadores de qualidade que se possam mover no tabuleiro de jogo, interpretando um papel, sim, mas acrescentando-lhe vibração, brilho, talento.

Quaresma tinha vibração a mais e disciplina a menos, mas era insubstituível na disciplina táctica de Jeusaldo (para lhe acrescentar um desequilíbrio criativo, tão útil ao FC Porto como desprezado pelos que o invejavam), servido de um organizador e distribuidor de grande talento, como Lucho, e de um marcador como Licha.

Nenhum deles está no FC Porto e Radamel Falcao pode lembrar um dos vértices desse triângulo, já que Ruben Micael ainda aprende as primeiras variedades dessa partitura e Belluschi depende da meteorologia.

É inegável que a SAD do FC Porto fez grandes negócios. Mas para alimentar essa dimensão empresarial é necessário mais. Uma boa imagem não se faz apenas com dieta alimentar: cavalheirismo, equilíbrio emocional e alegria também contam, e muito.

Francisco José Viegas n' A Bola.

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