Recuperar Pedro Emanuel para o balneário da equipa principal, integrando-o na futura estrutura técnica, independentemente de quem a venha a liderar, é um dos cenários que está a ser ponderado pelo FC Porto. A hipótese, que terá de ser encarada como tal porque ainda está muita coisa por definir relativamente à próxima época, pelo menos ao que dela transpira para o exterior, visaria reforçar uma tradição muito comum no clube: a de capitalizar a experiência e a mística de antigos jogadores, como já acontece com João Pinto ou Rui Barros. Pedro Emanuel, que foi capitão de parte substancial dos jogadores que compõem o actual plantel, tem a vantagem de conhecer bem o grupo, junto do qual consolidou uma imagem de liderança, e, além disso, o primeiro ano como treinador, mesmo que nos juniores B, não lhe está a correr nada mal.
Esta solução, apesar de assentar em princípios lógicos, dependerá sempre, como já se disse, do cruzamento com outras decisões que serão tomadas até ao final da época. A começar pela definição à volta do treinador. O assunto é, como facilmente se compreenderá, sensível: as especulações à volta do futuro de Jesualdo Ferreira, que ainda tem mais um ano de contrato, não são novas, mas, havendo duas finais que podem valer outros tantos troféus, e não estando encerrada a luta matemática do campeonato e/ou do acesso à Liga dos Campeões, o mais provável é que, até Maio, as notícias sobre essas matérias sejam vistas como rumores, cuja filtragem se torna cada vez mais difícil à medida que a época avança.
Outro dado importante a ter em conta, e que até pode reforçar a tal hipótese Pedro Emanuel, passa pela eventual saída de alguns jogadores associados a uma imagem de liderança no balneário, como Bruno Alves ou Raul Meireles e, por outro lado, pela anunciada aposta em jogadores com trajectória de formação: Nuno André Coelho faz parte do plantel; Ukra renovou recentemente; Castro tem sido apontado também ao plantel da próxima época. Ou seja: num ou noutro caso, garantir a identidade também passa muito por acrescentar à máquina quem tenha experiência na matéria, como é o caso de Pedro Emanuel. Ou João Pinto, ou Rui Barros. Mais: já desde as bases do Projecto Visão 611, que implicou a reformulação das camadas jovens, que a ideia é, progressivamente, reforçar a dinâmica de proximidade ao clube, a todos os níveis.
Jorge Maia, Hugo Sousa e Tomaz Andrade n' O Jogo.
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