A melhor notícia da semana é de ontem: Ukra, que está no Olhanense, renovou com o FC Porto por quatro anos. A segunda melhor notícia da semana é a de que uma série de adeptos do clube esteve no aeroporto a receber a comitiva que vinha de Londres, depois do jogo com o Arsenal e da gripe contraída com o Olhanense. Explico em duas linhas: os adeptos têm o direito de manifestar o seu descontentamento com a actuação da equipa; aliás, penso mesmo que é um dever. Para que se perceba que não estão de acordo com a trapalhada.
Não é possível ser adepto do FC Porto e – simultaneamente – ficar em casa, adormecido, embalado, tranquilo e venerador, como se o respeitinho fosse muito bonito, depois de ter assistido a uma goleada destas, à antiga. Que perdêssemos com o Arsenal – estava, mais ou menos, escrito nas estrelas e nem me perguntem se havia sinais do que estava para acontecer. Até aí, um adepto chega. Levar cinco já não me parece, sobretudo quando se trata de uma equipa que tem esta série de presenças na Champions, além de quatro títulos nacionais consecutivos. O que implica uma história, uma memória, uma tradição, um currículo. E, como é evidente, a equipa que esteve na terça-feira em Londres não honrou essa memória (apesar das excepções e do esforço). A imagem derradeira que conservo é a da entrada de Guarín e de Mariano, com ar derrotado, como dois legumes indisponíveis para o combate. Onde é que isto se viu, nos últimos anos?
As desculpas são bem-vindas – mas sem subterfúgios. Não é possível, como aqui escrevi na semana passada, ganhar sempre. Há ciclos. Há temporadas. Há, até, estados de espírito. O que não pode haver é aquilo que se viu: um desnorte inclassificável que mereceu justíssimos apupos. Acredito que o diagnóstico já está feito no Dragão e não custa entender que a solução venha a caminho.
Por isso, a declaração de André Villas-Boas (a de que vai «querer os três pontos» contra o FC Porto, amanhã, em Coimbra) é um duplo desafio, mesmo sendo de algum despropósito.
Francisco José Viegas n' A Bola.
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