segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Entrevista a Varela n' O Jogo

As dificuldades tornaram-me mais forte

O projecto de uma entrevista longa morreu logo com o aviso que se seguiu aos cumprimentos da praxe. “Não gosto de falar, gosto é de jogar futebol.” Tudo bem, um jogador foi feito para jogar, embora os adeptos do clube em causa também apreciem uma boa conversa. Ainda assim, nas respostas poupadinhas de Varela – “sempre respondi curto”, defende-se – percebe-se que está prestes a completar um sonho de criança, como é o de jogar na Liga dos Campeões, e que o FC Porto, que estava habituado a admirar à distância, é o favorito para vencer o campeonato. E nem a recente goleada do Benfica ao Setúbal atrapalha a convicção. “Não nos assusta”, contestou o extremo que agarrou a titularidade com unhas de dentes. Autor de um golo na última jornada, e responsável pela maioria dos ataques do FC Porto, Varela, que não tem pressa em experimentar outro futebol porque já passou por Espanha, disse sentir-se adaptado ao novo clube e à cidade. Mais: até revelou que já colocou um companheiro a dançar Kizomba, o ritmo quente de Angola. Quem foi, quem foi?

Estava à espera deste início de época, com um golo marcado, a titularidade e muita influência no ataque da equipa?

Um jogador do FC Porto tem de trabalhar e estar à espera de tudo. No meu caso, cheguei a uma equipa nova e excelente e a verdade é que me adaptei bem. A equipa propicia uma adaptação fácil.

E de repente, a titularidade...

Cabe-me trabalhar e o treinador é que tem de decidir quem joga.

É o jogador do FC Porto com mais ataques contabilizados (34). Estes números traduzem um jogador confiante?

Devido à minha forma de jogar, participo em muitos ataques. Mas é colectivamente que a equipa consegue alcançar o êxito, da mesma forma que me ajuda a sobressair.

O facto de ter passado pelo Sporting, um clube onde existe uma pressão semelhante à do FC Porto, facilitou-lhe a integração?

Na minha curta carreira já passei por momentos difíceis e aproveitei essas dificuldades para ficar mais forte e é claro que isso me ajudou quando cheguei ao FC Porto.

Já vamos ao capítulo Sporting. Mas, com a recuperação de Rodríguez e a disponibilidade de Hulk, custa-lhe a ideia de poder voltar ao banco?

Só tenho de trabalhar. Se tiver de ir para o banco, irei com todo o respeito pela decisão, com a certeza de que estarei pronto para ajudar a equipa em qualquer altura.

Nem sempre é fácil saltar do banco e dar a mesma resposta que está a dar enquanto titular. Acredita que o poderá fazer?

Sim, serei sempre o mesmo. Vou querer sempre ajudar o FC Porto a conquistar os seus objectivos.

Em que patamar acha que está, isto é, ainda atravessa uma fase de adaptação aos métodos de jogo ou já está no máximo das capacidades?

Ainda estou a evoluir. Tenho muito para aprender e tenho feito por isso.

Nesse contexto de crescimento, o que representa o golo marcado à Naval?

Quando há qualidade da equipa, as coisas acontecem naturalmente.

Pensava que o primeiro golo iria surgir tão rapidamente?

Quando um jogador está em campo, principalmente os avançados, têm de ter o pensamento nos golos.

Tomaz Andrade n' O Jogo.

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