quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Ocasiões e ladrões


Há um provérbio que diz qualquer coisa como "a ocasião faz o ladrão". É um provérbio compreensivo e desresponsabilizador que, imagino, esteja bordado a ponto de cruz, encaixilhado e pendurado nos gabinetes de alguns administradores de empresas, mesmo ao lado dos diplomas dos cursos tirados enquanto, literalmente, o diabo esfrega um olho. Ora, como é evidente, não é a ocasião que faz o ladrão. O que faz o ladrão é o roubo. A ocasião é igual para toda a gente, o que cada um faz com ela é que distingue os ladrões dos outros. Mas serve tudo isto para dizer que, de acordo com Teodoro Fonseca, empresário de Hulk, há quem veja nas fases disciplinarmente mais controversas do jogador brasileiro a oportunidade para roubá-lo ao FC Porto. E o verbo roubar faz sentido aqui porque a ideia é tentar levar o brasileiro a um preço muito abaixo do seu real valor de mercado, aproveitando a ocasião. Ora, embora alguns processos judiciais recentes demonstrem o contrário, é preciso ser minimamente inteligente para ser ladrão. E nenhum ladrão minimamente inteligente acredita que o FC Porto possa vender Hulk barato. Independentemente da ocasião.

Jorge Maia n' O Jogo.

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