sexta-feira, 10 de julho de 2009

O mistério dos melões

PARA o FC Porto, que compete num campeonato fraco mas tem aspirações europeias, as mais-valias são a única forma de equilibrar o orçamento. É preciso vender jogadores para balancear as contas, e só se podem vender os melhores, porque os outros não têm valor. Bom seria, aliás, que alguém levasse estes a custo zero, só para o clube não ter de pagar os seus ordenados.
O problema, quando se vendem Luchos e Lisandros, é que não é fácil encontrar substitutos. A esse respeito, dizia-me um amigo que «os jogadores de futebol são como os melões» porque, quando se compra um jogador, mesmo que tenha sido muito observado, nunca se sabe, ao certo, quanto vai render. Há aqueles que não se conseguem ambientar a um clube (como é o caso de Bolatti, que só não joga no Dragão, e Fabiano, que por cá só acertava nos postes) enquanto há, também, os que excedem as maiores expectativas, como foi o caso de Hulk e, felizmente, de muitos outros.

Por norma, o FC Porto vende bem. E, consegue isso, porque proporciona aos seus activos uma boa montra, ou seja, frequenta a Liga dos Campeões, que é o palco mágico onde eles se valorizam, como se viu com Cissokho. Poderemos concluir, que tudo isto, ou seja o acesso à montra e a posterior venda, só são possíveis porque o FC Porto também compra bem?

A verdade é que o FC Porto tem comprado muito, bastantes vezes bem e algumas vezes mal. Será apenas a tal questão de melões? Claro que houve alguns erros e desapontamentos espectáveis, como sucedeu com Benitez.

Há, também, mistérios que mais vale serem insondáveis, como a recente compra da metade do passe de Guarín a alguém muito afortunado. Mas, é evidente que Pinto da Costa sabe, como ninguém, avaliar os melões. É esse o seu maior segredo, e um dos seus grandes dotes.

Rui Moreira n' A Bola.

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