segunda-feira, 20 de julho de 2009

Grande Pedro!

HÁ em Portugal muita lágrima de crocodilo e muito discurso tolo. Não falta pelo burgo quem descarregue no futebol, vendo nele, como indústria ou como desporto, o verdadeiro cancro do País, ou por necessidade de protagonismo ou por inveja, porque sabe-se que hoje se olha com mais simpatia para o futebol do que para a política ou a finança ou mesmo para o jet set. O País precisa de se divertir, já que andam uns quantos a divertirem-se com o País e com quem nele habita e trabalha.
Há por aí muitos colunistas colunáveis, barbados e barbeados, que necessitam de escrever sobre futebol para serem lidos, porque já há pouca pachorra para aguentar com os Freeport, com os Portas, com os Isaltinos, e com essa jardinagem política que vem lá da Madeira embrulhada em papel do tempo da outra senhora.

Enfim, valha-nos, sim, o futebol que voltou a entrar em campo em toda a força, com emoção, com discussão e com paixão. Com gestos tão bonitos que faz bem a quem se esforça por ver neste desporto uma excelente forma de desopilar o fígado.

O que se passou anteontem no Estádio do Dragão talvez sirva para os doutores anti-futebol entenderem que há homens a trabalhar no meio... Pedro Emanuel abandonou a carreira e teve por parte do FC Porto uma despedida sentida, emocionada, linda até, uma despedida feliz com lágrimas. O capitão do FC Porto entregou a braçadeira e deixou o estádio em lágrimas. Há, necessariamente, tanta nostalgia do futebolista por uma carreira de que só se pode orgulhar. E talvez os aplausos e algumas lágrimas que se ouviram e viram na plateia azul sirvam de algum conforto a quem se despediu. E que mereceu a ovação.

Como se percebe, há mais do que milhões de euros na cabeça dos futebolistas. Oxalá continue a haver por muitos anos jogadores que tenham a coragem de chorar na hora de dizer adeus ao clube que serviram.

Parabéns, Pedro Emanuel.

Carlos Pereira Santos n' A Bola.

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