sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Querem fazer de nós parvos?

DEPOIS da derrota, Jesualdo explicou que a equipa está a crescer. Em seu auxílio, o site do clube garante que «o tricampeão está diferente, está a construir uma nova máquina e faz das provas de fogo um processo de crescimento fundamental» e, depois, num exercício de pedagogia, ajuda-nos a compreender o jogo. Lê-se que houve «três desenhos fabulosos que mereciam golo, oportunidades precoces que dariam ao Dragão uma vantagem firme e espalhariam o pânico num estádio surpreendido pela cirurgia atacante do F.C. Porto. A transição e o perfume mereciam melhor sorte, justificavam abraços e festejos. A interrupção abrupta de uma chama não faz sentido. A injustiça deixará para sempre uma mácula neste desafio». A terminar, recorda que «o azar azul e branco dava agora lugar ao jackpot vermelho, com todas as tentativas a serem empurradas pelo sopro da fortuna. O futuro registará um encontro desequilibrado entre Arsenal e F.C. Porto. Quem esteve em Londres, porém, fica com outra sensação. O Dragão podia ter escrito outra história».
Aos senhores que mandaram publicar esta fantasiosa narrativa, de isenção norte-coreana e estilo piroso, apetece perguntar como é que, depois de nos envergonharem, ainda nos tentam enganar e tratar como papalvos?! Não sei se sabem, mas o jogo foi transmitido em directo e vimos as gargalhadas de Wenger quando os seus jogadores se entretinham numa peladinha dentro da nossa pequena-área…

A Jesualdo Ferreira, que reclamou contra os assobios e se escuda nas más arbitragens, mas que avalizou docilmente o depauperamento do plantel, sugiro-lhe que, em vez de desfiar ladainhas, peça desculpa pelo naufrágio e, se possível, tente emendar a mão, para que não passemos por mais uma vergonha e não acumulemos mais uma derrota contra a equipa de Paulo Bento.

Rui Moreira n' A Bola.


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