sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Atrás do resultado

AS duas derrotas em casa, ainda por cima com o Dínamo de Kiev, que era o mais fraco adversário do grupo da Champions, e o Leixões, que escapara à tangente da descida, são um score invulgar para o FC Porto. Nada está perdido, porque está à frente do Sporting e a um ponto do Benfica, tendo já visitado ambos os rivais.
Seguem-se três importantes confrontos, para competições diferentes. É bom que decorram fora de portas, porque os adeptos estão impacientes pelos resultados, pelas exibições e porque não vêem que a equipa esteja a crescer. Mas, a culpa não é dos seus assobios. Há uma crise, que tem outras causas.

Por um lado, as saídas de peças nucleares não foram colmatadas. Sapunaru não é Bosingwa, Fernando não é Assunção, Rodriguez não é Quaresma. Mas, basta ver a falta que Cech faz, para se compreender que o problema é mais profundo.

Independentemente do seu custo, alguns dos novos reforços são prometedores, mas precisam de tempo para se adaptarem ao futebol europeu e à casa portista. Ora, a raiz do mal está mais longe, nos muitos atletas adquiridos no início da época passada, que deviam, agora, estar aclimatados e disponíveis, e dos quais nenhum conseguiu, até ver, o estatuto de titular.

Apesar disso, e do que os adversários investiram para contrariar a sua hegemonia, patente em três títulos consecutivos, o FC Porto ainda tem argumentos suficientes para vencer. Bastará, para isso, que Jesualdo não invente, esqueça os nomes das camisolas e aposte sempre nos que estão em melhor forma, colocando-os nos lugares para que estão talhados e demonstre, também, a sua autoridade no banco, que parece ausente desde que Azenha saiu. A voz de comando de Pedro Emanuel, essa, não pode suprir essa lacuna. Faz mais falta dentro do campo, pelo que é tempo de regressar à titularidade.

Rui Moreira n' A Bola.

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