sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Velha cura para aflições

TUDO começou na Trofa. Com o sacrossanto Rui Costa a lavar as mãos ante a fúria dos adeptos e Quique em desgraça, sem Pedro Henriques para crucificar, o enésimo «new beginning» do Benfica parecia inclinado para o abismo. Causa patriótica e transversal, como sempre o foi desde o tempo da velha senhora, salvar o Benfica do caos transformou-se, então, numa emergência patriótica. Desta vez, era preciso recorrer às armas calabóticas, que estavam arrumadas desde 2005, quando o Estorilgate e outras cenas valeram um campeonato.
A meio da semana, em Guimarães, garantiu-se que, pelo menos na Taça da Liga, os encarnados não naufragariam. O pobre Cajuda ainda protestou, mas ninguém lhe ligou. Para domingo, havia que fazer um «blitz» simultâneo nas duas frentes da batalha porque, como o FC Porto defrontava os tais trofenses e o um outro candidato ao título era recebido pelo Benfica, era grande o risco de este resvalar para o quarto lugar e não segurar o treinador.

A escolha dos apitadores foi feita a dedo. Para o inferno, atirou-se às feras o mais tímido dos timoratos e, para a indispensável surpresa, elegeu-se um reforço novato, a precisar de se afirmar e de colher as boas graças de quem manda. Nem assim foi fácil, na capital, porque os da casa aproveitaram a primeira oferta mas desperdiçaram a segunda que teria morto o jogo, o que obrigou a trabalhos forçados do Inocêncio de serviço para ainda validar, como legal, a tesoura de Luisão. Não fora este último recurso e todos diriam que foi, apenas, mais uma arbitragem infeliz.

Assim se fez história no campeonato ou, quem sabe, a história deste campeonato. Jesus diz que há vinte anos que não via tal coisa, mas eu tenho visto isto vezes sem conta. E na próxima jornada, Senhor Vítor Pereira, como vai ser? Compensa-se o Sporting de Braga?

Rui Moreira n' A Bola.

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