sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Um árbitro muito influente

DEPOIS da prestação de Paulo Baptista, na Luz, Bruno Paixão quis provar que o seu calabotismo não é ofuscável por aquele seu esforçado colega.
Paixão anda nisto há anos e nunca pecou pela modéstia. Há, na sua carreira que cedo atingiu o invejável estatuto de internacional, uma coerência que lhe vale os louvores dos avaliadores e a bênção da crítica, que sempre lhe gabou as qualidades técnicas, talvez por ele discernir o que mais ninguém consegue ver e pela correcta alergia que mostrou num célebre jogo em Campo Maior. Desde então, é raro não deixar o seu cunho nos jogos onde actua. Em resumo, é um árbitro influente, muito influente. Não admira, por isso, que lhe sejam dadas tantas oportunidades para actuar nos grandes areópagos.

Felicite-se pois a prudência de quem o destacou para a Luz onde, apesar de não estar a ser avaliado, esteve ao seu melhor nível, anulando os ridículos frangos de Moretto. Corrigida a má escolha de Quique, fez-se justiça no marcador que, pelo que nos contam, acabou por ter a justa expressão. Tudo isto aconteceu, é claro, e por mero acaso, depois do compensador e oportuno benefício em Vila do Conde, que silenciou os leões…

Espera-se que a crise do Benfica já esteja debelada, porque já não há muito mais que possa ser feito. De resto, foi o simpático Quique, que já entende o futebol caseiro, quem reconheceu que a sua equipa precisava do abanão importante que foram estas quatro vitórias sucessivas. Não disse, porque não é tolo, que a sua equipa tem sido levada ao colo, que jogou em superioridade numérica em três dessas partidas. Mas, o termo «abanão» é sugestivo, porque descreve o generoso solavanco a que todos temos assistido.

Não, não se trata de levantar suspeitas ou de relatar algum milagre. Apenas relato, aqui, o que toda a gente viu.

Rui Morerira n' A Bola.

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