terça-feira, 25 de janeiro de 2011

André Villas-Boas - Quem mostra sinais de vingança comete erros

O FC Porto volta a defrontar a única equipa com quem perdeu esta temporada: o Nacional. O palco é o mesmo, mas a competição diferente e Villas-Boas espera que o resultado também seja outro. Entre elogios à competência do adversário, o treinador garantiu que não haverá qualquer sentimento de vingança por esse percalço, e sim apenas o firme desejo de somar mais três pontos para deixar o Benfica a 11 de distância, isto sabendo que há um dérbi lisboeta quando as contas da 20ª jornada ficarem acertadas. Se isso acontecer, o FC Porto conseguirá o sexto triunfo consecutivo, um feito que o técnico diz ser da obrigação do FC Porto, mas que nos outros - referindo-se ao Benfica... -, tem sempre grande relevo na Imprensa.


O Nacional é a única equipa que conseguiu vencer o FC Porto esta época, isso torna esta jogo ainda mais complicado?
Não. Penso que a motivação do Nacional advém do facto de esta jornada ser antecipada e de poder colar-se às equipas que têm 28 pontos, aproximando-se do Guimarães e do Sporting e confirmando a qualidade da equipa. O Nacional tem um ponto a mais do que tinha na época passada por esta altura. Portanto, é uma equipa extremamente competitiva, e que tem os resultados que se conhecem no Dragão [ndr: é a equipa que mais vezes ganhou no Dragão, como se vê no quadro em cima]. Cria-nos sempre grandes dificuldades. Este é um Janeiro muito competitivo em que o campeonato começa a definir-se. Temos de nos manter alerta e temos também de ser competentes para triunfar. Queremos passar mais uma jornada com, pelo menos, esta distância pontual e depois veremos o que acontecerá no Sporting-Benfica.

Algum sentimento de vingança pela derrota?
É preciso ter cuidado com essas palavras, porque quem mostra sinais de vingança por vezes comete erros. Para não os cometermos, teremos de ser criteriosos nos pensamentos. Não podemos ser alimentados apenas pela sede de vingança; é preciso saber que o jogo se resolve em 90 minutos e não com entradas galopantes. Apesar da derrota com o Nacional, o jogo foi conseguido, o FC Porto dominou completamente e teve 25 oportunidades, dez das quais de golo. Não colocámos em causa a nossa competência e recordo que temos zero derrotas em 17 jogos de campeonato e 29 triunfos esta época. Portanto, não são só os outros que conseguem determinado tipo de coisas. Por muito que queiram colocar em causa este Janeiro periclitante, levamos cinco vitória seguidas e caminhamos para a sexta. Se a conseguirmos, isso terá zero de importância; as seis vitórias seguidas de outros têm sempre grande importância, são de uma grande equipa, que está por cima e faz a diferença... Mas nós até queremos essa equipa [Benfica] por cima, dá-nos jeito. E foi essa equipa por cima que derrotámos na Supertaça...

O Benfica-Nacional do último fim-de-semana serviu para analisar o adversário?
Sim, foi um jogo observado. A opinião que tínhamos mantém-se, é uma equipa com forte organização, com muita qualidade individual e colectiva e esperamos dificuldades, obviamente.

Qual a importância estratégica de um triunfo neste jogo, havendo um clássico na 20ª jornada, entre Sporting e Benfica?
O FC Porto não tem feito outra coisa que não seja manter a rota normal e que passa por ganhar todos os jogos. Para nós, conseguir 'xis' vitórias consecutivas não tem valor porque essa é a nossa obrigação. Temos apenas de somar triunfos. Esta jornada foi antecipada porque o calendário com o Sevilha assim o dita e queremos continuar na rota do sucesso com o Nacional, com o Rio Ave, com o Braga e assim sucessivamente. É evidente que uma deslocação a Alvalade para o nosso rival será complicada; nós empatámos lá, mas poderíamos ter ganho. Num dérbi lisboeta tudo pode acontecer...

Falcao está lesionado e só deve voltar aos relvados em Fevereiro, mas como a lesão não é grave Villas-Boas diz que não será por aí que o FC Porto terá de aproveitar a janela de transferências de Inverno para fazer qualquer reajuste. Contudo, e numa altura em que se voltou a falar de Kléber do Marítimo, também não fechou em absoluto a possibilidade. "Estamos satisfeitos em termos de ataque e temos uma quantidade anormal de avançados. O Falcao está prestes a regressar e será mais uma opção. Muito dificilmente iremos recorrer ao mercado. Se o fizermos, será de rompante. Será pegar e fechar imediatamente, mas não penso que isso irá acontecer", insistiu. Da mesma forma que não conta perder mais nenhum jogador, depois dos empréstimos de Castro (Gijón) e Ukra (Braga). "Penso que não haverá mais saídas, temos um plantel de 21 jogadores mais três guarda-redes e começa a ser curto", admitiu, confirmando a disponibilidade de Falcao para a meia-final da Taça de Portugal. "Após este jogo poderá entrar na convocatória".

Admite fazer alterações na equipa, nomeadamente apostar em Walter?
Estamos muito satisfeitos com o seu rendimento, e é mais uma opção que temos. Obviamente que luta por mais minutos, mas enfrenta uma competição extrema para a posição, não só com Falcao, mas com os outros. Quero senti-lo motivado e hoje deu mais um sinal disso. Continua a ameaçar a convocatória e o onze, tal como outros.

Quer revelar o onze?
Não, até porque amanhã [hoje] é que será decisivo. Folgámos após a vitória e hoje [ontem] continuámos a recuperação, só quem não jogou é que treinou normalmente.

O calendário é apertado, vai ter que gerir...
Já estamos habituados e não vejo problemas. É evidente que isso limita em termos de treino, apenas de recuperação. Fevereiro será apertado, como está a ser Janeiro, mas a equipa tem de se manter competente e continuar a somar sucessos.

Enquanto o FC Porto disputa o jogo antecipado da 20ª jornada, com o Nacional, o rival da Luz disputará o acesso às meias-finais da Taça de Portugal com o Rio Ave. Para Villas-Boas é indiferente o nome do adversário que jogará no Dragão já a 2 de Fevereiro. "É-me igual. Pode dar clássico ou a repetição das meias-finais do ano passado, em que o Rio Ave terá uma palavra ainda mais forte a dizer por ter sido eliminado às portas do Jamor. São duas motivações diferentes", referiu. O técnico portista manifestou ainda a estranheza pelo facto de a segunda mão só se disputar a 19 de Abril, mais de dois meses depois. "Não quero criticar, porque não sei como foi aprovado o calendário, mas a distância é considerável e não é normal."



Carlos Gouveia n' O Jogo.

1 comentário:

Dragus Invictus disse...

Bom dia,

Logo vamos ter mais um duro teste na corrida ao título.

O Nacional é uma das melhores equipas da 1ª. liga, com alguns bons jogadores, que podem marcar a diferença.
Contam com um excelente guarda-redes e uma defesa extremamente sólida.

Sofreram 4 golos no galinheiro, mas três deles foram de extrema infelicidade e aos trambolhões.

Vais ser portanto um jogo de paciência para os jogadores e adeptos que se deslocarem ao Dragão.
Se o FC Porto jogar com garra, velocidade e pressionante conseguirá vencer este Nacional e dar um passo decisivo rumo ao título.

Abraço

Paulo

http://pronunciadodragao.blogspot.com/