domingo, 21 de setembro de 2008

A derrota dos farsantes

O Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) tornou público o acórdão relativo à sua sentença de 15 de Julho. Conhecia-se, desde então, a derrota do Benfica e também do Vitória de Guimarães. Mas este documento vai mais longe e arrasa a (in)justiça desportiva portuguesa. Ao contrário do que alguns querem fazer crer, atinge também a sacrossanta Comissão Disciplinar da Liga. A UEFA fica em maus lençóis e terá que alterar o regulamento da sua mais importante prova, como há muito se percebera. Agora, para que tudo fique bem, o FC Porto precisa de usar todas as suas armas diplomáticas para demonstrar na Europa que foi perseguido pela justiça desportiva portuguesa, e denunciar o comportamento ofensivo do inefável senhor Platini.
Naturalmente, e com as coisas a correrem de feição, não falta quem defenda com redobrada convicção que o FC Porto adoptou uma estratégia certa: que fez bem em não ter recorrido, que tudo estava planeado, que não foi surpreendido com as complicações que surgiram na UEFA…

Ora, e desde logo, não há uma relação de causa a efeito. Porque, se o FC Porto o tivesse feito e tivesse recorrido da sentença, o TAS não decidiria, seguramente, de forma diferente. E, não ficaríamos apenas com a razão. Ficaríamos, também, com a nossa honra intocada. Além disso, o TAS pode não saber, e nunca o consideraria relevante, mas nós sabemos, que a tese vitoriosa — de que o recurso do presidente aproveita ao clube — não foi sequer planeada de início. Foi, e esse mérito é inegável, uma proeza hábil, um expediente tardio e bem sucedido, em que o FC Porto conseguiu que os processos fossem conexos.

O que mais me importa, como sempre disse, é a honra e a glória e não me importo nada que me acusem de romantismo. Não consigo, é verdade, ter uma relação oportunista e racional com questões que envolvem a honra e o bom nome.

Rui Moreira n' A Bola

1 comentário:

mendicellis disse...

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