quarta-feira, 3 de setembro de 2008

50 milhões de euros a entrar todos os anos

Dragões fizeram 22 vendas de grande dimensão desde 2004 A média anual coloca-os no topo dos clubes europeus Saída de Quaresma reforça posição


Atransferência de Ricardo Quaresma para o Inter de Milão reforça a posição do FC Porto como o clube português com maior capacidade para gerar dinheiro em vendas de jogadores, e até o coloca no topo dessa lista a nível europeu. Desde a conquista da Champions, em Maio de 2004, o clube portista tem sido uma autêntica máquina de contar notas: num espaço de cinco anos, somou perto de 250 milhões de euros (50 milhões de contos na moeda antiga!), se já juntarmos o negócio de Quaresma para Itália. A mais longa novela de Verão só conheceu o desenlace na recta final do mercado de Agosto, mas acabou mesmo por concretizar a... 22.ª transferência de peso que os dragões conseguiram fazer nas últimas cinco épocas.
A vocação exportadora sempre foi uma vertente importante para os dragões é muito anterior ao título europeu conquistado pelo FC Porto de José Mourinho. Mas desde o Verão de 2004, quando os portistas conquistaram a Europa pela segunda vez, a tendência tem batido recordes. Dias depois da vitória na final de Gelsenkirchen, frente ao Mónaco, a tesouraria do FC Porto começou a facturar em grande: só Ricardo Carvalho e Paulo Ferreira deram 50 milhões de euros; depois, saiu Deco para o Barcelona.

IMUNES ÀS CRISES FINANCEIRAS

Nem foi preciso esperar um ano para o FC Porto somar mais verbas de monta: Luís Fabiano partiu para Sevilha, por quase três milhões. Derlei foi para a Rússia por 8 milhões, no mercado de Inverno. Nuno Valente rumou ao Everton, por dois milhões e meio. E o mercado moscovita continuou a ser muito rentável: Seitaridis, Maniche, Costinha e Nuno juntaram-se ao Dínamo, num total de... 32,5 milhões de euros!

Sem perder o balanço, e conseguindo sempre contornar as crises financeiras que se têm repetido nos grandes clubes europeus, o FC Porto manteve óptimos resultados em vendas de activos nos anos que se seguiram. Em 2006, foi a vez de concretizar negócios como os de Diego (Werder Bremen) e McCarthy (Blackburn Rovers).

Com o início da subida dos preços do petróleo e os sintomas de fragilidade do sistema de crédito internacional, os grandes clubes começaram a ter menos capitais para pôr a circular no mercado. No ano de 2007, os sinais de alarme soaram, mas o montante de verbas encaixadas pela SAD portista em vendas manteve-se num patamar de respeito: Anderson e Pepe renderam mais de 60 milhões de euros, com as saídas, respectivamente, para o Manchester United e o Real Madrid. Hugo Almeida e Ricardo Costa, pouco utilizados, proporcionaram um encaixe de oito milhões.

NEM QUE SEJA À ÚLTIMA HORA...

Para completar em beleza este ciclo de cinco anos de vendas milionárias, Bosingwa foi a primeira contratação feita pelo Chelsea no último defeso, e logo por 20,5 milhões de euros. Apesar de dispensado do plantel do FC Porto (terminou a época cedido ao Panathinaikos), Hélder Postiga rendeu dois milhões e meio, num negócio com o Sporting que envolveu a aquisição de metade do passe do júnior Diogo Viana.

Depois de uma longa espera - e muitos avanços e recuos - a transferência de Quaresma para o Inter, por 18,6 milhões de euros mais o passe de Pelé, avaliado em seis milhões de euros, garantiu mais um ano com uma receita de vendas a rondar os 50 milhões. Impressionante.

Artigo de Germano Almeida n' A Bola




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