sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Um jogador especial

O FC Porto tinha em Quaresma e Bosingwa dois jogadores diferentes, com capacidade explosiva. Claro que manteve Lucho e Lisandro e ganhou Rodriguez. Mas, sem aqueles dois, a equipa fica, pelo menos, mais previsível. Ora, se o negócio Bosingwa era irrecusável, a questão Quaresma era diferente. Por isso, melhores propostas haviam sido recusadas, como a do Atlético de Madrid do ano passado. Se 40, ou até 30 milhões teriam convencido os adeptos mais realistas, já os pouco mais de 20 parecem um preço baixo, que a sobrevalorização do passe do promissor Pelé não consegue maquilhar. Além do mais, as contas da SAD não impunham este negócio.
Mas, a questão crucial nesta história é que não havia condições para manter Quaresma no grupo de trabalho. Não se trata de sobrevalorizar as suas declarações infelizes. Afinal, Lucho também disse que queria ir embora, e isso valeu-lhe uma extensão do contrato e melhores condições.

O problema é que Quaresma era incompatível com o treinador que, não o tendo conseguido domar, já só o queria ver pelas costas. Aí, Pinto da Costa fez o que sempre faz, quando pode escolher: sacrifica um activo para apostar na coesão do tudo. Repetiu, assim, o que fez com Jorge Costa, para defender Octávio, e com Diego, quando a sua incompatibilidade com Adriaanse se tornara insustentável. É isso, também, que faz do presidente um líder inigualável.

Mas, depois deste negócio, Jesualdo fica com menos espaço de manobra. Porque, se os resultados forem maus, não faltará, mesmo entre os que se irritavam com o jogador, quem o acuse de ter desperdiçado um grande trunfo.

Principalmente se José Mourinho, que já deixou claro que Quaresma poderá jogar em «4x3x3, 4x4x2, no banco ou na bancada», conseguir gerir as suas idiossincrasias e rentabilizar esta aquisição…

Rui Moreira n' A Bola.

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