sexta-feira, 22 de abril de 2011

Jorge Maia: Espremer a epístola

Tenho de me penitenciar: afinal, Jesus tinha razão. Contestei neste espaço, há algumas semanas, a validade de uma frase que o treinador do Benfica repetiu à exaustão no início da temporada e que inevitavelmente ecoou nas páginas dos jornais até todas as evidências a denunciarem como um completo disparate. Ora, no fim de contas, não era um disparate, pelo menos não completo, tinha apenas sido aplicada à competição errada. De facto, tal como Jesus disse e os seus apóstolos repetiram, isto não é como começa, é como acaba, desde que, é claro, isto seja a Taça de Portugal. A esta distância, não deixa de ser curioso perceber que o triunfo do Benfica na primeira mão, que muitos garantiram a pés juntos haveria de influenciar o resto da época, pondo até em causa a vantagem que o FC Porto tinha no campeonato na altura, nem sequer tenha influenciado decisivamente o desfecho da eliminatória. A prova, afinal, de que Jesus, como Deus, também escreve direito por linhas tortas: isto não é como começa, é como acaba.

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