quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Podíamos ter feito melhor

Conferência de Jesualdo Ferreira n' O Jogo:

Jesualdo Ferreira exige a vitória no jogo de hoje para se aproximar do primeiro lugar e pressionar o Benfica. E disse mais: não aceita algum tipo de relaxamento depois de oito vitórias consecutivas.

O actual momento do Estrela, nomeadamente no que diz respeito aos constantes pré-avisos de greve do plantel, pode levar a alguma descompressão dos jogadores do FC Porto?

Este é um jogo muito importante para nós. Lamentamos todos estes problemas pelos quais o Estrela está a passar, mas não os podemos resolver, nem sequer desviarmo-nos do nosso objectivo, que é ganhar e conquistar mais três pontos. Mas não vai ser a situação do Estrela que tornará este jogo mais ou menos exigente. Aqui a exigência é sempre elevada. Estamos numa boa sequência de resultados, com cinco vitórias num ciclo de 21 dias, e não faz sentido deixar de ser exigente quando faltam disputar apenas dois jogos para terminar esta fase. O actual momento do Estrela não pode condicionar o rendimento dos jogadores do FC Porto. Deve, antes, aumentar o grau de exigência que habitualmente faz parte do nosso processo evolutivo.

Considera que esta situação vivida no Estrela da Amadora se pode considerar concorrência desleal?

Não faço comentários sobre isso. É um assunto que deve ser debatido por pessoas mais competentes nessa área. Não é a mim que me compete falar sobre isso, muito menos na véspera de um jogo.

Alguns jogadores têm referido que querem terminar o ano no primeiro lugar. Pensa da mesma forma?

Isso não depende de nós. O que depende de nós é fazermos todos os possíveis para estarmos mais perto do primeiro lugar no final destes dois jogos. Esta é uma partida muito importante e sê-lo-ia quer estivéssemos a dois pontos do primeiro lugar ou na frente da classificação, como aconteceu noutras alturas.

Considera que o FC Porto deu algum avanço aos adversários nesta época?

Não ganhámos os pontos que deveríamos ter ganho, mas não demos avanço a ninguém. Simplesmente não conseguimos.

Depois de um período conturbado, a equipa venceu oito jogos consecutivos. Que balanço faz da temporada?

Até este momento, é o de uma época positiva, embora saibamos que podíamos ter feito melhor, em especial no campeonato. Não me parece que a equipa tenha menos talento do que nos últimos anos, temos é mais jogadores novos e nem sempre é fácil que todos se revelem na sua plenitude num curto espaço de tempo. O futebol vive fundamentalmente daquilo que se treina diariamente e sinto que a equipa melhorou de condição, evoluiu.

O FC Porto continua a lutar por todos os objectivos da época, ao contrário do líder Benfica. Isso pode prejudicar a equipa no campeonato?

É verdade que estamos envolvidos em quatro competições que garantem um calendário muito denso entre Janeiro e Maio e isso obriga a que todos jogadores estejam preparados e motivados para jogar e lidar com essas exigências. Mas é isto que pretendemos; tal como nos outros anos, queremos estar no maior número de competições durante muito tempo.n

"Temos de estabilizar comportamentos"

Nos últimos tempos tem dirigido algumas críticas à atitude da equipa, como em Cinfães, por exemplo. Porque o faz?

Há momentos em que determinados comportamentos da equipa não funcionam como eu quero. Normalmente, resolvo estes assuntos internamente, mas há determinadas situações que são tão claras que não me parece correcto estar a fazer declarações que não correspondam a uma realidade visível. Quando a equipa faz o que eu quero, também venho dizer que os jogadores são fantásticos. Por exemplo, no jogo com o Sertanense, que era tão difícil como o encontro com o Cinfães, elogiei-lhes o comportamento.

Mas então, a que se deve essas oscilações da equipa?

Ao fim destes três meses ainda continuamos a ter que lidar com a integração de muitos jogadores novos. Estamos a alcançar vitórias, mas estes jogadores são os mesmos que há dois meses estavam a registar maus resultados. As coisas não passam do oito para o 80 num estalar de dedos. Há momentos em que é importante que esses comportamentos tácticos e mentais sejam o mais constantes possível, no sentido de valorizar um conjunto de jogadores que têm trabalhado para se integrar rapidamente. É isso que estamos a fazer.

"Guarín foi um exemplo"

Tem insistido nos elogios a Guarín. Porquê?

Há um conjunto de jogadores que chegaram há pouco tempo e que têm feito um grande esforço no sentido de se integrarem rapidamente. É o caso de Guarín. Mas ele foi um exemplo neste jogo, porque mesmo não jogando bem, teve sempre uma grande capacidade de trabalho e uma grande motivação por jogar. E não digo isto porque marcou dois golos.

Há uns tempos também defendeu Benítez das críticas, mas a verdade é que raramente o voltou a utilizar. Que se passa com ele?

Está a treinar bem, como sempre, e é um profissional muito sério. Teve algumas dificuldades e, nessas circunstâncias, proteger o jogador é uma forma de treino e de evolução.

Mas sente que tem um problema no lado esquerdo da defesa, onde tem vindo a jogar um defesa-central?

Não tenho tido... No ano passado, também tínhamos dois laterais esquerdos e jogava lá um central...

"Tudo bem com Tarik"

A meio da conferência de imprensa, Jesualdo Ferreira decidiu abrir um parêntesis para falar sobre Tarik. O professor negou algum tipo de problema disciplinar com o extremo marroquino e explicou que a intermitência do jogador se deve exclusivamente a problemas físicos. "Vi escrito na comunicação social que eu teria um problema com o Tarik. Provavelmente, fiz uma cara diferente ou um gesto mais agressivo num determinado momento, e as pessoas interpretam aquilo conforme lhes deu mais jeito. Mas eu não sou actor. Posto isto, não existe nenhum problema pessoal com o Tarik; o que existe são alguns problemas físicos do jogador, que se manifestaram mais neste último jogo", explicou.

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