sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Ainda sobre a dependência

NA semana passada, escrevi que, em Istambul, onde o argentino não jogou por estar castigado, o FC Porto demonstrara que não é «Luchodependente», ao contrário da época passada em que, após a saída de Anderson e o empréstimo de Ibson, não havia grandes alternativas no plantel.
Felizmente, essa foi a época de ouro do argentino, em que formou com Lisandro uma dupla que ficará nos anais do clube. Lucho era, então, indispensável e alinhou em quase todos os jogos, pelo que pouco se notou a falta de alternativas. Mas, não surpreendeu que, entre as aquisições deste ano, tenham sido contratados Guarin e Tomás Costa. No caso do colombiano, não caiu no goto de Jesualdo que, depois do fracassado teste como médio defensivo, poucas oportunidades lhe tem dado. Costa tem jogado mais vezes, ainda que em diferentes posições, e parece ser o jogador que melhor substitui o grande capitão, quando este não pode jogar.

A questão é se Lucho deve jogar sempre os 90 minutos, mesmo que esteja em baixo de forma por razões físicas ou anímicas, como aconteceu contra a Académica. Há quem pense que a mera presença dos melhores artistas faz a diferença e que vale a pena deixá-los estar em campo, nem que seja para um momento de génio, ou que estes só recuperam a forma se forem titulares. Não partilho dessa opinião. Acho que devem jogar sempre os que estão em melhores condições de servir o colectivo. Para bem da equipa e, também, para proteger o jogador.

Mas, o que é crucial, para o grupo, é que não reste a ideia de que há um problema de autoridade. É indispensável que a opção do treinador seja, e pareça também, racional e objectiva. Acima de tudo, não pode ser (nem sequer parecer que é) condicionada pelo estatuto e currículo de um determinado jogador, por importante e bem-amado que ele seja.

Rui Moreira n' A Bola.

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