sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Defeso

Gosto do defeso. A sério. Até gosto do jejum de futebol a que o defeso obriga. É purificador. Desperta-nos os sentidos e aguça-nos o apetite para desfrutar o festim que aí vem. Mas o melhor do defeso é o equilíbrio e, em particular, a esperança que o equilíbrio justifica e os disparates que desculpa. Gosto daquele zero que percorre a classificação de cima até baixo na coluna da pontuação e que torna lícitos todos os cenários, todas as ficções. Aquele zero que transforma cada reforço num super-homem, cada equipa num candidato ao título, à Taça e à Liga dos Campeões e cada treinador num génio à espera de uma oportunidade para sair da lâmpada e conceder três desejos aos respectivos adeptos. Mais adiante, como de costume, a coluna vai preencher-se e o campeonato vai reduzir alguns reforços a vilões, a maior parte das equipas a decepções e a grande maioria dos treinadores a fraudes, mas, para já, esfregam-se mãos de antecipação: desta vez é que é. Neste cenário, o FC Porto tem a tarefa mais complicada pela frente. Afinal, o que pode a equipa de Jesualdo Ferreira prometer depois de ter terminado a última época com 20 pontos de vantagem? Mais e melhor seria o ideal, mas menos um bocadinho, e um pouco pior pode chegar. Afinal, os portistas têm uma boa margem para gerir e podem agarrar-se a uma certeza: No início há sempre equilíbrio, imensos reforços, dezenas de candidatos a tudo e mais alguma coisa, mas as contas fazem-se no fim.

CONTAGEM DECRESCENTE
9 dias

Está quase. No dia 31 de Agosto encerram as inscrições de jogadores e, pelo menos nessa altura, ficará a saber-se definitivamente por onde passa o futuro de Ricardo Quaresma, uma das mais longas novelas deste Verão.

Jorge Maia n'O Jogo

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