domingo, 29 de novembro de 2009

Não tivemos momentos para disfarçar o mau futebol


Conferência de imprensa de Jesualdo Ferreira n' O Jogo:

Jesualdo rendeu-se às evidências na véspera do jogo com o Rio Ave. Esta versão do FC Porto tem de ganhar mais vezes para alcançar o objectivo principal traçado nesta temporada, mas, para isso, precisa de melhorar, ganhar confiança e estabilidade. O "clique" que o técnico esperava ver há umas semanas ainda não aconteceu e o jogo com o Chelsea só a espaços deu uma ideia da equipa que pretende ver. Uma situação que também não tem saído favorecida pelas contingências do momento, e que o futebol da equipa não tem conseguido disfarçar.

Contra o Chelsea, identificou a finalização como o grande problema. O que é necessário para dar a volta a isso?

É ter mais jeito no último toque, mas traduz-se tudo num conjunto de momentos do futebol. Não há nenhuma equipa durante a época que não tenha um período de lesões, que não esteja menos concretizadora ou que não jogue pior. Nós passámos a primeira época com lesões constantes e simultâneas. Agora estamos a passar a fase de não jogarmos bem e também de não termos tido alguns momentos para disfarçar esse mau futebol; veio tudo junto. Mas, outros dias melhores virão, este é o pensamento positivo que temos. As bolas que batem na trave vão entrar, as bolas que o guarda-redes defende para a frente vão ter mais um metro para serem recarregadas, vai tudo acontecer naturalmente, não tenho dúvidas. Vamos ser capazes novamente, não consigo ver isso de outra forma, porque não é por falta de trabalho, não é por falta de aplicação dos jogadores, não é por mais nada, mas apenas por contingências do próprio jogo e pelo momento que passamos, resultante de uma série de questões simultâneas.

Comparando a época no FC Porto deste ano com a do ano passado, o FC Porto tem os mesmos pontos, as mesmas derrotas, mais golos marcados e menos sofridos. É o Benfica e o Braga que estão melhores, é o FC Porto que se tem descuidado...

Se no ano passado tínhamos os mesmos pontos e não estávamos em primeiro, significa que havia outros adversários na frente. O quadro não muda muito hoje. Mas, como calculam, isto não nos dá alento nenhum. Dava-me alento verificar uns anos antes, quando ganhámos com 20 pontos de avanço, e ver quantos tínhamos nesta altura e a diferença para os nossos adversários. Temos de ganhar jogos, melhorar, ganhar confiança e estabilidade para podermos, nas vinte jornadas que faltam, chegar onde queremos. Há um objectivo claro, que é ser campeão. Portanto, nessa perspectiva, se tínhamos os mesmos pontos na época passada e fomos campeões, significa que os adversários que estavam à nossa frente não foram capazes de acompanhar o ritmo do campeonato. Neste momento estamos atrás, como no ano passado, com o mesmo número de pontos, menos golos sofridos e mais marcados. Não nos dá nenhuma satisfacção especial. Sabemos o que queremos e o que podemos fazer, e isso vamos fazer.

Depois dos maus resultados da equipa, os jogadores estão motivados?

Não vamos negar as evidências: os resultados não foram positivos, são coisas objectivas. Mas, o que esperamos é fazer um jogo melhor do que aquele que fizemos contra o Chelsea. Ninguém consegue ter um rendimento máximo durante 90 minutos, ter tudo controlado durante um jogo, porque há momentos em que se está melhor e outros em que se está pior. A nossa responsabilidade é fazer melhor, contra um Rio Ave bom, de grande qualidade, que só perdeu um jogo, tem um colectivo muito definido e muito claro, em que se nota perfeitamente o trabalho do seu treinador, é normal, porque o Carlos Brito apresenta sempre equipas que jogam bem. O Rio Ave tem muita juventude e, simultaneamente, muita maturidade. Portanto, é uma equipa difícil, que tem uma derrota em dez jogos e isso anuncia aquilo que serão as nossas dificuldades.

António Soares n' O Jogo.

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