terça-feira, 25 de novembro de 2008

"Também vamos entrar forte"

O FC Porto nunca perdeu na Turquia - nem com equipas turcas - e manter a tradição poderá ser meio caminho andado para garantir a presença nos oitavos-de-final da Liga dos Campeões. Jesualdo Ferreira confirmou Fucile no lado direito da defesa, revelou que Pedro Emanuel - alternativa para o lado esquerdo que o uruguaio deixa vazio - está em condições de jogar durante os 90 minutos e deixou elogios para Hulk. Para além disso, falou ainda de Lucho, sem o enaltecer demasiado, e dos três pontos que pensa levar de Istambul.

Que FC Porto se vai apresentar frente ao Fenerbahçe tendo em conta a actual classificação no grupo?

O FC Porto é segundo e estamos a dois pontos do primeiro lugar. Mas essas são questões que não nos preocupam. Este jogo é importante para nós, até pela responsabilidade que o FC Porto assume nesta prova, e estamos obrigados a procurar aqui a qualificação. O Fenerbahçe tem uma boa equipa, composta por excelentes jogadores, com talento, experientes, habituados a ganhar grandes provas. Mas isso é apenas mais um suplemento motivacional para nós. Sabemos que é um estádio difícil, com um público sempre carinhoso para a sua equipa, mas estamos habituados a estes ambientes e gostamos deles. É verdade que temos uma equipa jovem, com alguns jogadores que disputam pela primeira vez a Liga dos Campeões, mas até agora temo-nos portado muito bem. Aliás, só temos menos um ponto do que na última época. Pelo passado, presente e também pelo futuro do FC Porto, sabemos que este jogo é muito importante para nós.

A ausência de Lucho vai obrigar a uma mudança de estratégia?

Não. Todos sabemos e temos consciência da importância do Lucho na nossa equipa. No entanto, quero recordar que, na época passada, sem o Lucho, vencemos o Marselha. Mas, independentemente dos jogadores que jogam, temos um trabalho diário que sustenta o nosso processo de jogo, pelo que o conceito de jogo será sempre o mesmo. Ou seja, trata-se de substituir um jogador importante por outro.

A ausência de Lucho, mas também de Sapunaru, complicam as opções para construir uma equipa para este jogo?

Se eu disser que não, vocês não acreditam; se disser que sim, pensam que estou preocupado. A ausência do Lucho obriga a equipa a jogar de forma diferente. É normal que assim seja, porque qualquer equipa que tenha, durante muitos anos, um jogador da qualidade do Lucho, sente sempre a sua ausência.

Luis Aragonés afirmou que o Fenerbahçe ia entrar forte no jogo, para marcar cedo, e destacou o contra-ataque do FC Porto…

As transições ofensivas rápidas da nossa equipa são apenas um dos momentos que sustentam o nosso processo de jogo. Mas há mais. Há diferentes formas de utilizar a bola quando a temos. Nós utilizamos preferencialmente esta porque entendemos que, no futebol actual, é uma excelente forma de tentar desequilibrar os adversários. Mas não é um método exclusivo; utilizamos apenas em determinados momentos. E mais uma coisa: o Fenerbahçe vai entrar forte, mas nós também. Não faz sentido pensar de outra forma.

Espera sair de Istambul qualificado para os oitavos-de-final?

Temos a convicção de que podemos chegar ao fim do jogo com uma vitória, mas isso pode não chegar para garantir a qualificação. Tal como afirmei em Kiev, podemos conversar sobre a forma como as equipas estarão distribuídas na classificação no final do jogo. Mas é lógico que a nossa perspectiva é vencer. Depois logo se vê.

Na época passada, o FC Porto venceu o Besiktas e suportou bem a pressão do público. Como vai ser com o Fenerbahçe?

Aquilo que vi no Besiktas, vou ver outra vez frente ao Fenerbahçe, mas ainda com mais gente. Vamos sentir uma pressão muito grande sobre o campo, e as emoções do público vão estando relacionadas com o decorrer do jogo. Mas quando os jogadores estão muito concentrados, as sensações que o público transmite são apenas ruído. Estamos habituados a jogar nestes ambientes, com ruído contínuo, o que até é bom, porque assim ninguém pode dormir (risos).

Jesualdo Ferreira n' O Jogo

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