Há cerca de seis anos, fui cobrir um treino de manhã cedo ao Olival. O FC Porto tinha ganho a Taça UEFA há um par de semanas e faltava ainda disputar a Taça de Portugal, mas, como sempre acontece quando a época começa a chegar ao fim, falava-se no interesse de alguns tubarões europeus nos melhores jogadores do plantel portista. Deco era o mais pretendido e os destinos multiplicavam-se nas primeiras páginas dos jornais como se fossem a montra de uma agência de viagens. Nesse dia de manhã, no caminho para o centro de treinos, mesmo antes de virar para o complexo, alguém tinha escrito num muro impossível de ignorar: "Se venderem o Deco, vendem-nos os sonhos". O FC Porto não vendeu Deco nesse ano e no seguinte cumpriu o sonho de voltar a ganhar a Taça dos Clubes Campeões Europeus. Ontem, o Dragão levantou-se para aplaudir o Mágico. Não tenho a certeza, mas acho que lhe chamam assim por conseguir transformar os sonhos em realidade.
Jorge Maia n' O Jogo.
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