Durante anos, pensei que a Mística fosse aquela senhora com ares de "hippie" fora de tempo, que cheirava imenso a incenso e morava no rés-do-chão direito do prédio da frente lá na minha rua onde, às vezes, havia filas para as "consultas". Garantiam as boas e más línguas que era especialista em trabalhos ocultos e fazia e desfazia todos os trabalhos de bruxaria: da inveja ao azar, passando pelo amor para acabar, inevitavelmente, no dinheiro. Descobri anos mais tarde que, afinal, a Mística era algo de muito menos tangível, mas igualmente poderoso, uma espécie de Força à boa maneira dos filmes da Guerra das Estrelas capaz de dar poderes quase sobre-humanos aos iniciados nas suas artes. A mística do balneário do FC Porto, por exemplo, é famosa, partilhando com a Organização uma parte significativa dos créditos pelos inúmeros títulos do clube nas últimas décadas. Ora, essa Mística já não é um exclusivo do balneário do FC Porto. Jorge Costa levou-a com ele para Olhão, Domingos deixou-a entrar em Braga e, agora, André Villas-Boas promete levá-la para Coimbra. E esse, mesmo sem me querer armar em místico, é um prenúncio de excelente futebol.
Jorge Maia n' O Jogo.
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