O que faz um jogador mais do que os outros? Futebol, é isso que ele faz. Nos meus tempos de bancada no Estádio das Antas – há dez anos, digamos – havia um grupo de amigos que voltava as costas ao relvado de cada vez que certo jogador tocava na bola. Eles tinham razão: por muitos títulos que o FC Porto tivesse ganho durante essas épocas, uma coisa eles não desculpavam – o mau futebol. Quando era preciso indicar um nome para significar «mau futebol», eles não precisavam de enumerar as trincheiras do inimigo; bastava-lhes começar em casa para assinalar as desilusões (fez escola a lista de «novos Eusébios» que apareceu na altura e que desapareceu em equipas secundárias ou em folhas de dispensa às escondidas).
Nem todos os avisos fizeram escola ou tiveram sucesso. Em primeiro lugar, porque o FC Porto acabou por triunfar; em segundo, porque os adversários facilitaram as coisas escolhendo jogadores ainda piores. Não me puxem pela língua. Nisso, as bancadas das Antas, como agora as do Dragão, foram uma escola de «humildade democrática» e de honestidade: ninguém insulta melhor os nossos jogadores do que um de nós. Porque está melhor colocado para o fazer e porque tem toda a legitimidade.
Os tempos mudaram. Aprendeu-se muito, entretanto. Continua-se a esperar a catástrofe nas linhas inimigas, mas o perigo está cá dentro. Pensei nisso enquanto via o jogo com o Olhanense e observava as movimentações de Castro e a afoiteza de Rabiola. E perguntava-me (desculpai, ó autoridades) o que faziam Mariano e Tomás Costa nos seus lugares. Um descuido, e Rabiola havia de fazer desgraça a passe de Castro. Sou capaz de enumerar vários casos, mas deve haver razões para que jogadores de «futura primeira linha» sejam dispensados enquanto se valorizam repolhos que vestem as cores das nossas camisolas. Vi o mesmo depois, no jogo do Benfica com o Paços, ao apreciar dois ou três lances de génio de Cristiano (que é brasileiro).
Como lhes disse, é capaz de haver desculpas sérias e argumentos aceitáveis. Mas eu sei que tenho razão.
Francisco José viegas n' A Bola.
Nem todos os avisos fizeram escola ou tiveram sucesso. Em primeiro lugar, porque o FC Porto acabou por triunfar; em segundo, porque os adversários facilitaram as coisas escolhendo jogadores ainda piores. Não me puxem pela língua. Nisso, as bancadas das Antas, como agora as do Dragão, foram uma escola de «humildade democrática» e de honestidade: ninguém insulta melhor os nossos jogadores do que um de nós. Porque está melhor colocado para o fazer e porque tem toda a legitimidade.
Os tempos mudaram. Aprendeu-se muito, entretanto. Continua-se a esperar a catástrofe nas linhas inimigas, mas o perigo está cá dentro. Pensei nisso enquanto via o jogo com o Olhanense e observava as movimentações de Castro e a afoiteza de Rabiola. E perguntava-me (desculpai, ó autoridades) o que faziam Mariano e Tomás Costa nos seus lugares. Um descuido, e Rabiola havia de fazer desgraça a passe de Castro. Sou capaz de enumerar vários casos, mas deve haver razões para que jogadores de «futura primeira linha» sejam dispensados enquanto se valorizam repolhos que vestem as cores das nossas camisolas. Vi o mesmo depois, no jogo do Benfica com o Paços, ao apreciar dois ou três lances de génio de Cristiano (que é brasileiro).
Como lhes disse, é capaz de haver desculpas sérias e argumentos aceitáveis. Mas eu sei que tenho razão.
Francisco José viegas n' A Bola.
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