Chamam bibliotecário a Valeri. O médio argentino gosta de ler e um jogador de futebol que gosta de ler é mais ou menos como um intelectual que cruza bem com o pé esquerdo: uma raridade. Os mais apressados dirão que ler não lhe garante nenhuma vantagem quando tem de fazer um passe, ou quando precisa de driblar um adversário, ou quando é preciso assistir um companheiro, ou, até, quando se impõe rematar, mas tenho para mim que os melhores jogadores são sempre os mais inteligentes, os que para além da técnica e do físico, têm a imaginação suficiente para adivinhar caminhos onde os outros só conseguem ver obstáculos. E se é preciso treinar os músculos para que eles se desenvolvam, é preciso treinar o cérebro para que ele não atrofie, para que não se atrapalhe perante os obstáculos e para que seja capaz de fintar os problemas. Sim, um cérebro habituado a trabalhar pode ser muito útil até para um jogador de futebol e é por isso que o FC Porto insiste que os jogadores que estão na Casa do Dragão tenham aproveitamento escolar. Por isso e porque o cérebro envelhece mais devagar e o futebol não dura para sempre...
Jorge Maia n' O Jogo.
Jorge Maia n' O Jogo.
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