O fabuloso golo de calcanhar marcado por Falcao, com a devida vénia ao passe de Hulk, aos 76' do encontro de ontem, no Dragão, serviu para mais do que desatar o nó que o Atlético de Madrid tinha conseguido dar no jogo: pode muito bem ter desencravado o apuramento dos portistas para os oitavos-de-final da Liga dos Campeões, colocando, desde já, os tetracampeões nacionais em vantagem sobre os madrilenos. Quando voltar a encontrar a equipa de Abel Resino, se por esses dias ainda for a equipa de Abel Resino, o FC Porto já terá jogado duas vezes com o Apoel e o Atlético terá defrontado duas vezes o Chelsea. Ora, se a lógica não for uma batata, a equipa de Jesualdo Ferreira poderá estar nessa altura confortavelmente instalada no segundo lugar do Grupo D que alcançou ontem, gerindo tranquilamente uma considerável vantagem sobre os espanhóis. Mais do que isso, depois do triunfo periclitante sobre o Sporting no último fim-de-semana, a vitória clara de ontem, numa altura em que Jesualdo Ferreira tem de lidar com as ausências forçadas de Fernando, Rodríguez e Varela não pode deixar de consolidar a construção de uma equipa com um enorme potencial de crescimento ainda por explorar.
Ora, por falar em solidez, é necessário dizer que a aposta em Tomás Costa para ocupar a vaga de Fernando à frente da defesa foi parcialmente ganha por Jesualdo Ferreira. O médio argentino não comprometeu, apesar de um, talvez dois deslizes devidamente compensados pelos companheiros da defesa, e até foi fundamental para o domínio que os portistas exerceram no meio-campo durante toda a partida, mas o facto é que os golos só chegaram depois da sua saída. Ainda assim, o crescimento do FC Porto nessa fase do jogo teve muito mais que ver com aumento de velocidade no ataque proporcionado pelo recuo do cada vez mais lento Raul Meireles para a posição de trinco e a entrada de Guarín para o meio-campo ofensivo. Mais rápido e muito mais incisivo que o internacional português, o colombiano foi capaz de explorar as evidentes debilidades da nervosa defesa colchonera. Foi uma diferença subtil de ritmo e intensidade, mas ainda assim suficiente para o FC Porto se aproximar decisivamente da baliza do Atlético de Madrid que, por essa altura, já era defendida pelo miúdo De Gea. Os golos acabam por ser a consequência natural desse ligeiro crescimento da equipa, mesmo que não se lhes possa negar uma significativa dose de genialidade e oportunismo, tanto no toque de calcanhar de Falcao como na inteligente antecipação de Rolando. De resto, o triunfo do FC Porto não deixa de ser natural e justo perante a confrangedora falta de ambição do Atlético de Madrid, uma equipa em crise de resultados, de confiança e de identidade. Abel Resino veio ao Dragão tentar não perder e, tal como aconteceu no jogo da última época no mesmo palco, voltou a deixar Aguero sozinho na frente, com Forlán demasiado longe do argentino para lhe servir de apoio e o resto da equipa firmemente fixada numa linha imaginária traçada uns bons dois metros atrás da bola. E porque a sorte só ajuda os audazes, a lesão do guarda-redes Roberto deixou a equipa ainda mais intranquila, à espera do pior, incapaz de tentar ser feliz. Uma depressão que o FC Porto aproveitou para afastar definitivamente a sua.
Jorge Maia n' O Jogo.
Ora, por falar em solidez, é necessário dizer que a aposta em Tomás Costa para ocupar a vaga de Fernando à frente da defesa foi parcialmente ganha por Jesualdo Ferreira. O médio argentino não comprometeu, apesar de um, talvez dois deslizes devidamente compensados pelos companheiros da defesa, e até foi fundamental para o domínio que os portistas exerceram no meio-campo durante toda a partida, mas o facto é que os golos só chegaram depois da sua saída. Ainda assim, o crescimento do FC Porto nessa fase do jogo teve muito mais que ver com aumento de velocidade no ataque proporcionado pelo recuo do cada vez mais lento Raul Meireles para a posição de trinco e a entrada de Guarín para o meio-campo ofensivo. Mais rápido e muito mais incisivo que o internacional português, o colombiano foi capaz de explorar as evidentes debilidades da nervosa defesa colchonera. Foi uma diferença subtil de ritmo e intensidade, mas ainda assim suficiente para o FC Porto se aproximar decisivamente da baliza do Atlético de Madrid que, por essa altura, já era defendida pelo miúdo De Gea. Os golos acabam por ser a consequência natural desse ligeiro crescimento da equipa, mesmo que não se lhes possa negar uma significativa dose de genialidade e oportunismo, tanto no toque de calcanhar de Falcao como na inteligente antecipação de Rolando. De resto, o triunfo do FC Porto não deixa de ser natural e justo perante a confrangedora falta de ambição do Atlético de Madrid, uma equipa em crise de resultados, de confiança e de identidade. Abel Resino veio ao Dragão tentar não perder e, tal como aconteceu no jogo da última época no mesmo palco, voltou a deixar Aguero sozinho na frente, com Forlán demasiado longe do argentino para lhe servir de apoio e o resto da equipa firmemente fixada numa linha imaginária traçada uns bons dois metros atrás da bola. E porque a sorte só ajuda os audazes, a lesão do guarda-redes Roberto deixou a equipa ainda mais intranquila, à espera do pior, incapaz de tentar ser feliz. Uma depressão que o FC Porto aproveitou para afastar definitivamente a sua.
Jorge Maia n' O Jogo.
1 comentário:
Não sei onde é que este senhor viu algum ganho na aposta em Tomás Costa... Mas, enfim.
No resto, concordo quase inteiramente: Raul Meireles não rende; o Porto é uma equipa superior ao Atlético, apesar de ter jogado muito pouco (de novo); e Guarín foi a chave da vitória.
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