A rivalidade é bipolar: tem um lado mau, feito de agressividade e polémicas e, nos casos mais extremos, violência; mas também tem um lado bom, feito de concorrência e competição e, nos casos mais extremos, excelência. Ora, a rivalidade entre FC Porto e Benfica está num dos seus pontos mais altos dos últimos tempos. Há sinais disso na agressividade de algumas declarações, nas polémicas que crescem à sombra dos túneis e até nos felizmente pontuais casos de violência, como foi o do apedrejamento do carro de Pinto da Costa, quando os portistas foram jogar ao Estoril. Mas também há sinais disso nas goleadas que o FC Porto impôs ao Sporting na Taça e ao Braga no campeonato, e nas que o Benfica usou para bater o Hertha de Berlim na Liga Europa e o Sporting na Taça de Liga. Há sinais de rivalidade na excelência do futebol que tanto o FC Porto como o Benfica têm praticado e na qualidade dos espectáculos que têm oferecido ao público português. Há sinais de rivalidade nesta espécie de braço-de-ferro à distância que leva os jogadores das duas equipas a superarem-se a cada jogo para marcarem só, só, só mais um. No fim, só uma das equipas vai ganhar, mas até lá quem ganha somos nós, que gostamos de futebol.
Jorge Maia n' O Jogo.
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