Na antevisão do encontro com o Leixões, Jesualdo Ferreira falou das dificuldades que a equipa de Matosinhos vai criar ao FC Porto, mas também do que espera para o resto da temporada. Voltou a queixar-se da dualidade de critérios na arbitragem, falou do sentimento de revolta de Hulk e alertou para o perigo de disputar uma final entre Benfica e FC Porto no Algarve
Que dificuldades é que o Leixões poderá colocar ao FC Porto?
Tradicionalmente, os jogos com o Leixões não são fáceis para nenhuma equipa, muito menos no Estádio do Mar. Vamos encontrar um relvado difícil, uma equipa diferente e reforçada sob o ponto de vista anímico, embora três dias de trabalho com um novo treinador não sejam suficientes para alterar muito em termos tácticos e técnicos. Sendo assim, estamos perante um quadro de dificuldades a que estamos habituados, sabendo que é um jogo determinante para os nossos objectivos. Vamos entrar no 12º encontro em seis semanas e, com mais ou menos dificuldades, temos ultrapassado as metas que nos propusemos, apesar de um resultado menos positivo frente ao Paços de Ferreira. Os jogadores estão conscientes do grau de dificuldade deste jogo, mas acima de tudo o que ele representa pelo seu posicionamento no calendário. Nesse sentido, este jogo é decisivo para nós.
Preferia que o Leixões não tivesse trocado de treinador?
Se o Leixões não tivesse trocado de treinador, sabíamos como se iria apresentar, enquanto assim vai ser uma surpresa. Mas isso também nos coloca mais alerta e tudo o que seja para aumentar os níveis de dificuldades, serve também para aumentar os níveis de concentração. Sempre foi assim nesta casa.
O FC Porto vai ter muitos compromissos nos próximos tempos. Sente que o plantel está preparado, apesar das muitas lesões?
Estes problemas físicos em alguns jogadores retiram-nos soluções, mas também fazem com que aumente a intensidade de outros. Houve espaço para jogadores menos utilizados entrarem na equipa, e penso que ganhámos com isso. Sob o ponto de vista desportivo, não perdemos nada, mas ganhamos um incremento da qualidade dos jogadores. É verdade que sem essas lesões poderíamos rodar a equipa com maior facilidade, permitindo, desta forma, maiores capacidades físicas de alguns jogadores que se podem revelar importantes em alguns jogos. Neste aspecto, percebe-se que necessitávamos de ter outras soluções. Não temos e, por isso, só podemos encarar estes desafios com os jogadores disponíveis.
Devido a esse quadro de dificuldades - saída de jogadores importantes, lesões, castigos, adversários melhores - entende que este ano está a ser o mais difícil?
Este ano foi marcado pela regularidade na evolução da equipa. Saíram muitos jogadores, entraram outros, e muitas vezes as pessoas não têm paciência para entender que é preciso ser paciente durante este processo. Para além disso, há as lesões, castigos, problemas e resultados que conquistámos no campo mas que depois não se verificaram no score final… Tem havido um conjunto de situações que faz com que esta época seja mais difícil do que todas as outras. O FC Porto tem quatro jogadores que fizeram todo o processo comigo e há momentos em que não é tão fácil. Este ano notou-se mais, devido à melhoria dos adversários, mas na Liga dos Campeões fizemos o nosso caminho normal; na Taça da Liga estamos na final; na Taça de Portugal passámos dois adversários complicados: Belenenses fora e Sporting, e agora vamos jogar com o Rio Ave, teoricamente o mais forte dos três candidatos da meia-final. Como tal, a resposta tem sido boa.
Nesse sentido, vai sentir-se mais realizado na eventualidade de vencer este ano?
Todos os anos têm-me dado gozo ganhar, mas este ano vai dar ainda mais. Confesso que esta época vai dar-me claramente mais gozo ganhar.
Pedro Marques Costa
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