Como ninguém me dá palmadinhas nas costas há muito tempo vou ter de partilhar com os meus pacientes leitores um complicado exercício de contorcionismo para me felicitar a mim próprio: tinhas razão, pá. Quem, eu? Muito obrigado. É verdade, tinhas razão quando disseste há uns meses que Itália e o seu futebol feito de rigores tácticos e desenhado a régua e esquadro eram, provavelmente, o pior destino para o anarquismo curvilíneo de Quaresma. E, não apenas isso, também tinhas razão quando disseste que os adeptos do Inter e José Mourinho seriam muito menos tolerantes do que os do FC Porto e Jesualdo Ferreira em relação aos excessos do artista. Mas ninguém te dá ouvidos e depois acontecem desgraças, como esta de termos um dos jogadores mais talentosos do futebol português a marcar passo quando devia estar a marcar golos. E que falta fazem os golos dele à Selecção Nacional. Por outro lado, há sempre males que vêm por bem. Ou que vão. Quaresma foi e deixou-nos perceber em Raul Meireles o jogador que sempre ali esteve, pronto para fazer assistências e golos e marcar livres e cantos. Caramba, até tinha lugar no Inter.
Jorge maia n' O Jogo
Jorge maia n' O Jogo
Sem comentários:
Enviar um comentário