sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Este ano está a dar-me muito gozo

Conferência de imprensa de Jesualdo Ferreira n' O Jogo

A época não tem sido fácil para Jesualdo Ferreira. O primeiro lugar está à distância de seis pontos, mas são as lesões e o processo de adaptação dos reforços que mais trabalho lhe têm dado. A exigência é maior, assim como o gozo. Segue-se o Setúbal na agenda e, mesmo contra ventos e tempestades, o técnico quer uma equipa a jogar nos limites, porque tem consciência da importância do ciclo de jogos que falta para encerrar o ano.

Depois do empate do Setúbal no Estádio da Luz que tipo de jogo espera?

Haverá um factor diferente do que estamos habituados, que é o tempo. Deverá estar vento, frio e um relvado molhado. Depois, há um Setúbal moralizado pelo resultado na Luz, onde fez uma boa exibição. Mas, independentemente do resultado, sabemos que vamos encontrar muitas dificuldades. As equipas motivam-se quando nos defrontam; são mais agressivas e mais competitivas. É um jogo de grau de dificuldade elevado, porque o Setúbal tem bons jogadores, alguns juntos há anos. Até hoje, não tivemos nenhum jogo fácil e a nossa atitude será jogar nos limites para ganhar. Sabemos que estes três jogos de campeonato são muito importantes para nos aproximarmos o mais possível do líder, que é o Leixões.

A questão meteorológica pode levá-lo a repensar o onze?
Não necessariamente, mas vai condicionar as duas equipas e o próprio jogo.

Surpreendeu-o a exibição do Setúbal na Luz?
Não vi o jogo todo por causa do nosso, com a Académica. Claro que já o revi, mas numa análise diferente e não me surpreendeu. Foi melhor do que noutros jogos e a motivação, nesse aspecto, foi importante. Foi um indicador bom daquilo que esperamos que façam contra nós.

Após o jogo com a Académica disse que teria de fazer uma gestão cuidada por causa do calendário apertado que se avizinha. Quer tipo de gestão?
Será uma gestão basicamente táctica, mas também da observação do momento de cada jogador. A mais importante é a táctica, porque é ela que garante os equilíbrios da equipa. Temos tudo programado no sentido de chegar ao jogo do Marítimo com os jogadores em boas condições. Depois, haverá um período de seis dias de descanso e queremos perder pouco, porque há logo campeonato quando recomeçarmos.

Tendo em conta os novos jogadores e as lesões, sente que este ano tem mais dificuldades do que nos anos anteriores?
Não sei, mas é um ano que está a dar-me muito gozo. Ninguém disse nada de positivo sobre o apuramento na Champions à quinta jornada e com um conjunto de jogadores novos, quase todos sem experiência internacional. O FC Porto estava para morrer e isso era notícia. Para mim, o FC Porto ter chegado aos oitavos é um atestado à competência dos jogadores e ao trabalho de toda a estrutura, porque há outras grandes equipas que não o conseguiram.

Está a dizer que se exige mais ao FC Porto?
Não é exigir mais, até porque a cultura de exigência do FC Porto é fundamental. Mas as avaliações raramente são no sentido positivo.

"Sofrer só dois golos de bola parada é notável"

Jesualdo Ferreira considerou notável o facto de o FC Porto ainda só ter sofrido dois golos na sequência de cantos, sobretudo dada a juventude e renovação que o sector defensivo sofreu. "Em 17 jogos sofrer dois golos de bola parada - de canto contra o Leixões e o Arsenal - não é significativo. Já alguém teve o cuidado de ver quantos jogadores novos estão na zona em que o FC Porto defende? Tirem as conclusões que quiserem, mas é notável a forma como só sofremos dois golos em jogos da Champions e contra os maiores adversários internos", frisou. De referir, que os portistas sofreram ainda dois golos de penálti (ambos contra o Sporting) e um de livre directo (Dínamo de Kiev), num total de cinco, como O JOGO detalhou esta semana.

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