DOIS testes: contra o Guimarães, hoje, e contra o Atlético de Madrid para a semana. Não apenas testes formais durante uma prova formal — em meu entender, são momentos-chaves na carreira do FC Porto este ano. Não o digo para ilustrar a fome de espectáculo que devora os adeptos; mas porque um módico de estabilidade permitirá enfrentar os rigores do Inverno com outra disposição. Evidentemente que a «jurisprudência de bancada», muito benfiquista, rejubilará com o título de «campeão de Inverno», mais uma espécie de troféu inventado para saciar apetites inconfessáveis. Mas, para quem achou «fantástico» o jogo com o BATE Borisov, basta sorrir e explicar que a poção mágica está a atingir níveis críticos.
Por isso, os testes do Guimarães (uma equipa que encontrou um suplemento de alma com o novo treinador e um jogo mais eficaz nas últimas partidas) e do Atlético de Madrid são decisivos. Não são testes fatais – são decisivos. Compare-se com a situação do ano passado e veja-se como não vale a pena entrar na fase de descrença por parte do FC Porto e como não se pode encomendar a passadeira vermelha para o título lampião. Se é que me entendem.
PARA que se perceba o que é um adepto: o Benfica apresentou prejuízo de 6,1 milhões; o Sporting com prejuízo de 2,39 milhões no primeiro trimestre, e o FC Porto com lucro de 23,5 milhões. Qualquer um ficaria exausto de alegria e de fé. Cumpre-me anunciar que não quero saber disso, a não ser de passagem e para irritar os adversários. Quero golaços. Alienação. Ópio. Bancadas de pé. Aplausos. Aquela vibração das redes depois de um golaço. De outro. Um adepto quer futebol.
Cabe às administrações das SAD festejar lucros – mas é bom que, tanto as administrações como os técnicos, desçam (ou subam) às bancadas de vez em quando e oiçam o rumor.
Francisco José Viegas n'A Bola.
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