NA semana passada, descrevi os jogos com o Guimarães e com o Atlético de Madrid como «momentos-chaves na carreira do FC Porto este ano». Eram. Ganhar ao Guimarães e ao Atlético (e expressivamente, como aconteceu), as duas etapas mais difíceis antes do jogo com o Benfica na Luz, podia trazer um suplemento de alma e de confiança aos campeões. Se, depois disso, o resultado com o Benfica – a equipa surpresa da temporada – for positivo (entre o empate sem golos e a vitória por meio golo), pode dizer-se que ainda cheira a penta.
Isto arrelia os adversários. É bom. Pressão neles é coisa que dá jeito e funciona às mil maravilhas quando se discute o magnífico título de «campeão de Inverno», o ceptro que o Benfica mais tem conquistado nos últimos anos, salvo seja. Contagem decrescente é o que recomendo.
Sobre Bruno Alves, o seguinte: viram aquela elevação sobre uma barreira de colchoneros? Lindo. Bruno é um dos exemplos de balneário e de dedicação. Já oiço, como de costume, as adversativas da ordem: a violência, a agressividade, a dureza, a agressão. Conheço o argumentário tintim por tintim, mas não pega. Nos últimos anos, Bruno Alves foi o jogador que mais cresceu, que mais evoluiu e que mais serenamente afirmou o seu lugar na galeria dos que vale a pena distinguir.
Cristiano (Paços de Ferreira), lembram-se? Não há lugar para ele, como não havia para Nené (Nacional). Nené seguiu para Itália e marca como marcava no campeonato português; Cristiano (escrevi aqui sobre ele) vai para o PAOK. Claro que temos génios de sobra no nosso rectângulo. Alguns alinham no FC Porto, mas podemos fazer o recenseamento pelas outras equipas. Infelizmente, poucos desses «talentos indiscutíveis» têm a ver com futebol. Nené e Cristiano lembrar-se-ão de Portugal como a plataforma de onde partiram para Itália e para a Grécia. Tinham um problema sério com eles: eram baratinhos.
Francisco José Viegas n' A Bola.
Sem comentários:
Enviar um comentário