Conferência de imprensa de Jesulado Ferreira, n' O Jogo:
A recepção ao Setúbal está a ser encarada com cautela no Dragão, onde o FC Porto já passou por experiências desagradáveis esta época. Agora que a equipa atravessa um bom momento, o treinador relativiza-o, assim como relativizou os resultados menos positivos. Neste quadro, nem pensar em falar do Benfica por antecipação...
Que Setúbal espera no Dragão?
Se analisarmos o Setúbal pela classificação que tem neste momento, digo que será mais difícil do que se fosse uma equipa mais bem classificada. É um histórico do futebol português e sabemos que os duelos entre o FC Porto e o Setúbal constituíram sempre jogos difíceis para ambas as equipas. O Setúbal não está a atravessar um grande momento, mas o jogo com o FC Porto vai influenciar claramente, e pela positiva, aquilo que são as suas disponibilidades físicas, mentais e tácticas. Sabemos, por experiência própria, que estes jogos são aqueles em que temos de fazer ainda mais do que noutros que, à partida, têm um quadro emocional diferente, quando se joga contra uma equipa mais forte. O Rio Ave foi um exemplo claro disso: obrigou-nos a ser uma equipa séria, competitiva e de grande empenho. Agora será a mesma coisa.
Acredita mesmo que o adversário discutirá o resultado?
Jogará com as armas que tem. Não sei exactamente qual é o modelo que vai utilizar, porque a equipa tem mudado muito e tem um treinador que vem de um excelente trabalho em Leiria. O Setúbal será, neste momento uma equipa em transição, com comportamentos que não dominamos em absoluto. Temos de ser o FC Porto: nos processos, nas competências, na intensidade e na exigência. Normalmente, os jogos que se seguem a outro a meio da semana, mais importante do ponto de vista da motivação e do mediatismo, como foi o de Madrid, tornam-se mais difíceis de preparar. A nossa preocupação centra-se no Setúbal. Queremos fazer sentir que não éramos tão maus quando as coisas não nos correram bem, ou quando estávamos numa fase menos boa, nem somos agora tão bons pelo facto de termos ganhos os últimos jogos. Não é porque ganhámos e fizemos três bons jogos que tudo se torna fantástico.
Então, o que é que tem faltado para o ser?
Equilíbrio, fundamentalmente. É verdade que o processo do FC Porto está a evoluir de uma forma natural, em função daquilo que são os conhecimentos que os jogadores vão adquirindo e das rotinas que vão encontrando. Mesmo mudando a equipa, temos crescido, o que significa que, sob o ponto de vista individual, grande parte dos jogadores aumentaram as suas capacidades, quer de natureza táctica, quer de natureza física. Houve melhorias na adaptação e nos níveis de confiança, que se reflectiram num rendimento melhor. Associado ao rendimento vem a eficácia. Reuniu-se tudo, e é nessa altura que as equipas atingem patamares estáveis que o FC Porto ainda não tem. Por isso digo que não há ainda o equilíbrio que quero que a equipa tenha em jogo.
António Soares.
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