sábado, 25 de outubro de 2008

Na bancada eu também assobiava

Conferência de imprensa de Jesualdo Ferreira n' O Jogo

Jesualdo Ferreira esforçou-se por apagar o que de mais negativo o FC Porto tem feito neste início de época, recusando abordar a derrota com o Dínamo de Kiev, na Liga dos Campeões, e, com ela, estabelecer um fio condutor sobre o momento que a equipa atravessa. "As distâncias entre uns jogos e outros não me dizem respeito, dizem respeito ao calendário", justificou, evitando, de forma crispada, recuperar o jogo de terça-feira. Respondeu apenas ao que definiu como essencial para as circunstâncias, "chutando para canto" toda e qualquer pergunta que tocasse nos reflexos menos menos bom do FC Porto espelhados pela Liga dos Campeões. Prioridade, portanto, ao Leixões.

Espera de uma boa reacção neste jogo com o Leixões, depois da derrota com o Dínamo de Kiev?

Sim, claro. Não está nas nossas cabeças outra resposta que não seja ganhar. Vamos defrontar uma das equipas que está a jogar bem neste momento. Tem três vitórias seguidas e um empate com o Benfica, depois de ter perdido o primeiro jogo. É segunda classificada e está apenas a um ponto do FC Porto. Tradicionalmente, José Mota tem um conceito que me agrada muito, discute o jogo e é isso que deverá acontecer. Não acredito num Leixões a defender, a colocar-se todo atrás da linha da bola, como outros já o fizeram. Nessa perspectiva, a nossa resposta tem de estar ao nível daquilo que é o FC Porto em todos os jogos e, em casa, queremos consolidar a liderança.

No final do jogo com o Dínamo de Kiev ouviram-se alguns assobios. Neste momento, é uma vantagem ou não jogar em casa?

É sempre uma vantagem jogar no Dragão. É com os nossos adeptos que queremos estar e os assobios vão ouvir-se sempre. Já não vou estar cá seguramente, ao contrário dos mais novos, e ouvir mais vezes assobios. Em Portugal, e não só, os assobios fazem parte do jogo. Aliás, entendemo-los como normais. A massa adepta do FC Porto está habituada a ganhar e quando não ganha assobia. Contra isso, nada tenho a dizer. Provavelmente, se estivesse na bancada também assobiava.

Depois do resultado frente ao Dínamo de Kiev...

O Dínamo de Kiev acabou na terça-feira, falei tudo sobre o Dínamo de Kiev, não falo mais nada sobre o Dínamo de Kiev...

Não era sobre o Dínamo de Kiev...

Você falou sobre o Dínamo de Kiev... era ou não era?

Mas não é sobre o Dínamo de Kiev, é interligado...

Não está interligado nada, estamos a falar de um jogo de campeonato, no qual vamos à frente. É bom que as pessoas percebam que, até ao momento, o FC Porto fez cinco jogos. As distâncias entre uns jogos e outros não me dizem respeito, dizem respeito ao calendário. O FC Porto jogou na Luz e em Alvalade, é líder e é sobre isso que temos de falar. É nessa posição que queremos continuar e para isso temos de ganhar.

A pergunta era na sequência do que estava a dizer. Como está o ânimo da equipa?

Está bem.

Não ficou abalado?

Não está abalado nada. Está abalado o quê? Uma pessoa só fica abalada quando alguém morre, como não morreu ninguém... A equipa está muito bem e sabe perfeitamente aquilo que tem de fazer para ganhar o jogo.

Sem comentários: